Claudio Francioni. Foto: Nicolas Renato Photography

Claudio Francioni

Carioca, apaixonado por música. Em relação ao assunto, estuda, pesquisa e bisbilhota tudo que está ao seu alcance. Foi professor da Oficina de Ritmos do Núcleo de Cultura Popular da UERJ, diretor de bateria e é músico amador, já tendo participado de diversas bandas tocando contrabaixo, percussão ou cantando.

Crítica: a noite do metal

Enfim, o metal. Depois de uma edição sem a noite do peso, o gênero voltou em grande estilo. Sepultura, Anthrax, Slayer e Helloween fizeram shows mais assistidos do que qualquer outro artista. O público é outro. Muito diferente daquele que vai pelo evento e vez ou outra para pra ver um show. O povo do metal vai pelo show.

A área do Sunset ficou pequena pra tanta gente vendo Anthrax e Slayer. Mas o capítulo à parte é a donzela. Você passa o festival inteiro elogiando um show ou outro, mas quando o palco é tomado pelo sexteto tudo vai por água abaixo. O Iron Maiden é, na história do rock, uma das maiores bandas do mundo quando a parada é ao vivo. Bruce Dickinson é de outro planeta. Voz, energia e empatia a serviço de um espetáculo sonoro e cênico poucas vezes visto. Essa é a oitava vez que os vejo, mas nem assim paro de me surpreender com a riqueza de detalhes, de capricho na produção e com a disposição que esses caras tem em agradar seu público, mesmo com a vida ganha há muitos anos. O épico início do show, com “Aces High”, “Where Eagles Dare” e “2 Minutes to Midnight” serviu de recado a quem ainda duvidava de algo: aqui é Iron Maiden, meu amigo. Eddie entrou pra duelar com Bruce em “The Trooper” ainda no início da aresentação. Nem as modorrentas “The Clansman” e “Sign of the Cross”, da malfadada era Blaze Bailey, tiraram o ritmo do show. Ao fim de “Run to the Hills”, a sensação de que o Rock in Rio podia ser fechado ali, como foi em 2013.

Mas não fechou. E ainda tinha Scorpions com a duríssima missão de tocar depois dessa catarse. E foi bom. Muito bom. Apesar de alguma dificuldade, o velhinho Meine não chegou a comprometer como o garoto Jon Bon Jovi. Rudy Schenker e Matthias Jabs continuam feríssimas e Mikkey Dee, excelente ex-batera do Motorhead, sentou a mão. No setlist, apenas a ausência de “Bad Boys Running Wild” me incomodou.

Noite de metal é imprescindível no Rock in Rio. E, tio Medina, se chamar o Iron, que seja pra encerrar o festival, porque depois deles, tudo fica muito sem graça.

Foto: Diego Padilha / I Hate Flash
Foto: Diego Padilha / I Hate Flash
Foto: Marcelo Paixão / I Hate Flash

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