‘Consigo me manter por mais dois meses só’, diz Rita Cadillac

Rita Cadillac. Foto: Divulgação

A dura realidade que a classe artística enfrenta com a pandemia do novo Coronavírus é muito diferente de uma pequena parcela de apresentadores famosos, atores renomados e youtubers em ascensão. Com teatros, bares e casas de shows fechados, e sem previsão de reabertura, muitos estão enfrentando dificuldades financeiras para se manter.

Um dos nomes que vive essa drama é Rita Cadillac. Com a agenda de shows completa entre os meses de março e junho, ela viu todos os contratos serem cancelados com os efeitos das regras do distanciamento social.

“Estou vivendo com o dinheiro que ganhei com os shows do carnaval. Fazendo milagre, tentando economizar na luz, em outras coisas. Moro de aluguel, o proprietário não quis negociar, consigo me manter por mais uns dois meses com essa reserva, depois não sei mais.”

Autônoma e dona da própria carreira, a artista faz sucesso no Brasil desde a década de 70, quando ficou conhecida como uma das principais chacretes do “Programa do Chacrinha”. Aos 66 anos, Rita virou uma espécie de diva da comunidade LGBTQ e continua ganhando a vida nos palcos de casas noturnas, formaturas e festas.

“Minha agenda estava completa, tinha show quase que diariamente. Se tivesse acontecido, eu teria dinheiro para me manter pelos próximos seis meses, estaria tranquila, fazendo até caixinha para viagem”, contou à Vogue.

Rita Cadillac. Foto: SRzd – Claudio L. Costa

Rita Cadillac foi mais uma brasileira beneficiada pelo auxílio emergencial, medida concedida pelo governo aos trabalhadores informais para tentar combater o avanço da Covid-19.

Ela recebeu críticas após contar que tinha conseguido o recurso. “Fui levar um amigo ao aeroporto, tirei uma foto e brinquei sobre qual seria o destino, ainda escrevi um ‘Sonha, Alice’ para verem que era brincadeira, não falaram que eu estava usando os R$ 600 para viajar para o exterior? Nem a passagem daria para comprar”, disse.

Sobre os ataques de que foi alvo nas redes sociais por ter recebido o auxílio, ela opinou: “Até agora estou sem entender o porquê disso. As pessoas imaginam que todos os artistas são milionários e moram em mansões. Tem muito artista que não. Eu não sou assalariada, não tenho contrato com ninguém”. Com o benefício aprovado, ela usou os R$ 600 para pagar luz, condomínio e outras contas.

Por enquanto, a única ocupação de Rita é divulgar restaurantes da vizinhança onde mora nas redes sociais. Ela afirma que faz a divulgação para prestar solidariedade aos donos dos estabelecimentos em meio à crise.

“Faço publicidade para os restaurantes da região onde eu moro. Faço para ajudar. Não ganho nada. É uma solidariedade para eles que agora têm que trabalhar com delivery”, explicou.










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