Bruno Gagliasso chora ao contar experiência de personagem em filme sobre Marighella

Bruno Gagliasso chora ao contar experiência de personagem em filme sobre Marighella. Foto: Reprodução – Berlinale.de

Bruno Gagliasso esteve na Alemanha para assistir a première mundial de “Marighella”, filme de estreia do ator Wagner Moura como diretor, no Festival de Berlim.

Centrado na saga de Carlos Marighella em luta contra a ditadura militar, no fim dos anos de 1960, o longa-metragem, exibido fora de concurso na briga pelo Urso de Ouro, põe Gagliasso no papel do delegado Lúcio. Bruto, avesso aos direitos humanos, mas incomodado com a intervenção dos americanos no Brasil, o policial encarna o arquétipo da truculência, mas tem seus valores morais.

“É um personagem repulsivo, complexo, mas, humano. Há toda uma responsabilidade na criação desse personagem que leva em conta, além da questão histórica, o diálogo com o Brasil de 2018/2019”, disse Bruno para a imprensa internacional, quando foi às lágrimas ao se lembrar do método de construção de seu papel com Wagner Moura e a preparadora de elenco Fátima Toledo.

“Lúcio é uma figura que mexe com nossas emoções por instigar uma memória trágica do país. É um fiel representante do pensamento retrógrado, intolerante e abusivo. Essas características mexeram comigo, com minhas certezas como ator e com o meu processo criativo. Foi duro e pesado, mas rico ao mesmo tempo, pois me colocou numa posição desconfortável, de descoberta de recursos que ainda não tinha conseguido explorar na minha carreira. Foi preciso levar em conta o atual momento que estamos vivemos na construção dessa figura tão controversa. Acredito que compreender nossa atual conjuntura e dialogar com nosso passado tem um papel importante para o Brasil. Há uma preocupação em fornecer elementos para o público estabelecer o contraponto entre Lúcio e as ideias libertárias de Marighella”, detalhou.

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