Apresentador Gilberto Barros é condenado e multado por homofobia

Gilberto Barros. Foto: Reprodução/Youtube/TV Leão

Gilberto Barros. Foto: Reprodução/Youtube/TV Leão

A Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania de São Paulo condenou o apresentador Gilberto Barros por homofobia por causa de um comentário feito no programa “Amigos do Leão”, exibido em seu canal do YouTube em setembro de 2020, e fixou uma multa de R$ 32 mil, segundo o G1.

Em uma fala sobre os 70 anos da televisão brasileira, o comunicador, também conhecido como “Leão”, afirmou que, quando trabalhava na Rádio Globo, na década de 1980, tinha que presenciar “beijo de língua de dois bigodes” pois havia uma boate para o público LGBTQIA+ em frente ao local.

“Você lembra a hora que eu acordava para trabalhar na Rádio Globo, quando cheguei a São Paulo, em 1984? Tinha que acordar às 2h30 e ainda presenciar, no lugar onde guardava o carro, beijo de língua de dois bigodes. Porque tinha uma boate gay lá na frente”, disse ele.

Em outro trecho, Barros disse: “Não tenho nada contra, mas eu também vomito. Eu sou gente, ainda mais vindo do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz”.

Segundo a comissão, as falas de Gilberto durante o programa evidenciam natureza LGBTfóbica, extrapolando os limites de liberdade de expressão, além de estimular a violência física contra a população LGBTQIA+.

Na decisão que fundamentou a pena, de 28 de janeiro, a comissão afirmou que “os comentários proferidos pelo denunciado [Barros], inclusive, num tom pejorativo e de aversão, foram preconceituosos e ofensivos, atentando à honra e dignidade da pessoa humana”.

A denúncia

A denúncia foi feita pelo jornalista William De Lucca, também militante da causa LGBTQIA+. A decisão da pasta vinculada ao governo João Doria tem como base a lei estadual 10.948, promulgada em 2001, que prevê punição administrativa em casos de homofobia e transfobia.

Defesa do apresentador

A defesa do apresentador sustentou perante a comissão que ele possui amigos LBGTQIA+, não teve a intenção de discriminar e não se dirigiu a um indivíduo específico, informou o G1.

A Comissão Especial de Discriminação em Razão de Orientação Sexual, que analisa as denúncias, rejeitou os argumentos e ressaltou que a pena de advertência, que seria mais branda e excluiria multa, não atenderia à “finalidade pedagógica da lei, tendo em vista a gravidade da conduta e sua ampla repercussão”.

Gilberto Barros, que começou sua carreira no rádio, e contabiliza passagens pela RecordTV, Band e RedeTV!, ainda não se pronunciou sobre o assunto. Caso faça isso, terá sua versão aqui compartilhada.

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