Angélica lembra assédio sexual que sofreu e se posiciona sobre aborto

Angélica. Foto: Reprodução de TV

Angélica. Foto: Reprodução de TV

Sexualidade, assédio matrimonial, feminismo, maternidade e amizade com Xuxa e Eliana. Estes foram alguns dos assuntos abordados na entrevista concedida pela apresentadora Angélica ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura.

A comunicadora começou carreira na TV com apenas quatro anos de idade e já foi cantora e atriz. No programa, exibido na noite desta segunda-feira (11), ela falou sobre o caso assédio sexual que sofreu ainda na infância, quando tinha 12 anos. O assunto foi revelado pela primeira vez em sua série “Angélica: 50 e Tanto”, da Globoplay.

“Foi bem nessa época que o homem pedia para eu sentar no colo dele nos bastidores da TV. Ele era um adulto, e eu, uma criança. E eu fazia tudo sem entender. Hoje eu entendo”, contou na série.

Além disso, o homem teria sugerido que Angélica adotasse o nome Lolita. A inspiração era a personagem-título do livro de Vladimir Nabokov, uma menina sexualizada pelo próprio padrasto.

“Não é fácil falar sobre o abuso, não é fácil lembrar de determinadas coisas. Durante muito tempo, eu não sabia que isso era um abuso, depois que eu fui aprendendo. Nós estamos aprendendo muita coisa, e eu aprendi que era. Os meus pais também não sabiam e eles me acompanham super de perto, mas eles não viram ou não perceberam. Antes era tudo mais velado, as nossas crianças de hoje estão mais proteínas”, afirmou.

Aborto

Angélica também deu sua opinião sobre aborto e se colocou a favor de que as pessoas tenham direito de escolha sobre a maternidade: “Sou a favor de a mulher ter escolha. A mulher tem que poder decidir! A gente vê a quantidade de menina que deixa de estudar, deixa de trabalhar ou em situações extremas, de estupro… Então, esta é uma decisão que, cada vez mais, que as mulheres têm que poder tomar. A gente fala mais sobre isso abertamente também, e isso é um ponto positivo para que elas possam tomar a decisão correta sobre o corpo delas”.

Ela acrescentou, ainda, que é contra misturar o assunto com religião: “É difícil, eu sei, mas é preciso ser prático nesse assunto. É polêmico, é complicado, mas praticamente falando, acho que é assim que tem que ser.”

Angélica também comentou sobre etarismo e pressão estética. Aos 50 anos de idade, ela disse que está em uma fase de “levar tudo com mais leveza” e, apesar de gostar de cuidar do corpo, não se sente presa aos procedimentos de beleza e nem tem medo de envelhecer:

“Meus medos são muito bobos [risos], porque eu quero viver as fases. Quero me cuidar, a gente tem vaidade, mas o que eu mais tenho medo é de doenças, de ter doenças. Eu quero viver, ver meus filhos crescerem, então quero estar saudável!”, completou.

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