‘A morte está aí, qualquer hora chega’, disse Tarcísio Meira antes de pandemia

Tarcísio Meira. Foto: Reprodução/Instagram

O ator Tarcísio Meira morreu na manhã desta quinta-feira (12) em decorrência da Covid-19, aos 85 anos. Ele estava internado desde o último sábado (7) junto da mulher, a também atriz Glória Menezes. O estado de saúde de Glória é estável.

Em janeiro de 2020, Tarcísio deu uma entrevista sobre a peça “O Camareiro”, interrompida pelo início da pandemia dois meses depois. No depoimento à “Quem”, o ator disse que não tinha planos de aposentar.

“Acho que qualquer ator pode se identificar com esse personagem. Nosso trabalho é muito difícil e cansativo, mas também muito prazeroso e enriquecedor. Se é uma coisa que o ator não pensa é em se aposentar e parar de atuar”, declarou na época.

“Claro que ninguém quer morrer no palco. Esses dias vi um sertanejo que morreu no palco (Juliano Cezar, que morreu durante um show em dezembro de 2019). Achei tão triste, espero que não aconteça comigo e nenhum de nós. Mas não penso em me aposentar, parar. Agora, sendo realista, depois desta peça, não vou fazer outra. Estou indo para os 85 anos, estou velhinho. Não acredito que surja um outro personagem que eu possa fazer”, disse.

Sobre a velhice, Tarcísio comentou sobre a idade sem filtros. “Não tem nada de melhor na velhice, tudo é pior. Envelhecer é uma coisa muito chata. Tem limitações física e intelectuais cada vez maiores. A memória não é mais a mesma. A morte está aí. Qualquer hora ela chega. Que chegue bem. Não penso muito nisso“, disse.

“Me preocupo em ficar bem, cuidar da minha saúde, não saio por aí fazendo loucuras. Faço as minhas consultas, vejo as coisas que estão erradas comigo e procuro corrigi-las, faço academia, minha ginastiquinha… Não faço tanto quanto deveria, mas faço”, afirmou.

Tarcísio na época contou que não sentia falta da rotina agitada de anos atrás. “Não sinto falta de estar sempre ocupado. Sinto que já fiz bastante coisa, muitas boas e outras nem tanto… Tudo foi acontecendo quase como um turbilhão na minha vida. Nem parava muito para pensar, não dava tempo”.

“Tive pouco tempo para mim na minha vida. Não sei como é hoje em dia fazer novela, tenho impressão que é mais fácil, mais dividido. Antes era concentrada em muitos poucos atores. Acho que ninguém decorou tanto texto quanto eu”, disse.

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