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União da Ilha, Império Serrano e Imperatriz brilham com figurinos ousados e diferenciados nos ensaios técnicos

Ensaios técnicos 2019. Fotos: Justin Scott Parr e Ricardo Almeida

Ensaios técnicos 2019. Fotos: Justin Scott Parr e Ricardo Almeida

E mais uma noite de ensaios técnicos aconteceram na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, e nós estávamos lá mais uma vez para cobrir e trazer muitos detalhes aos nossos leitores. A noite foi repleta de surpresas, emoções, sensações e, claro, figurinos especiais que vamos detalhar para vocês.

O sábado foi o penúltimo dia de ensaios técnicos e contou com três escolas de samba do Grupo Especial, com grandes histórias e memórias no Carnaval, pelas quais devemos respeito, carinho e apreço. A União da Ilha do Governador, Império Serrano e Imperatriz levaram suas comunidades e desfilantes para a passarela do samba e fizeram da Avenida um grande motivo de orgulho, comemorações e desabafos, com enredos originais, releituras e muito mais. Sabendo disso, vamos destacar, enaltecer e conferir o que cada agremiação trouxe como vestimenta em suas apresentações.

União da Ilha

Com o enredo “A Peleja poética entre Rachel e Alencar no avarandado do céu”, desenvolvido pelo carnavalesco Severo Luzardo, a União da Ilha retratará em seu desfile uma exaltação ao Ceará, baseado nos escritos de Rachel de Queiroz e José de Alencar, símbolos da literatura brasileira. Logo no início do ensaio, vamos destacar os figurinos da comissão de frente. Dirigida pelo coreógrafo Leandro Azevedo, os bailarinos apresentaram vestimentas típicas, remetendo-se ao sertão, através de calças, blusões, saias, vestidos e acessórios, que, em conjunto à encenação desenvolvida, agregava à comissão um grande valor, respeitando o público presente, que, por muitas vezes, não pode assistir ao vivo na Sapucaí os desfiles oficiais. Os figurinos que eram diversos apresentaram uma paleta parda, com variações nos Pantones Russet Orange e Sunshine, somando ainda mais ao aspecto visual, seguindo o critério do enredo e a proposta regional sugerida. Leandro nos relatou ainda que foi ao Ceará três vezes estudar as pessoas de lá e declara que apesar de pedir ao carnavalesco que desenvolvesse figurinos que lembrasse o sertão, como ele é figurinista, deixou a criatividade de Severo falar mais alto.

Ainda no primeiro setor vamos destacar o primeiro casal de Mestre sala e Porta bandeira, Phelipe Lemos (vestindo Alfaiataria Benício) e Dandara Ventapane (vestindo Whilliam Perez), ele com um terno completo (calça, colete e paletó) no Pantone Lemon Curry, o colete apresentava duas colunas de botões, similar ao double-breasted, mas sem as abas frontais sobrepostas, deixando o figurino com um aspecto ainda mais clássico. O tecido utilizado foi o Suede liso, que exibia bons acabamentos (fator difícil neste tipo de tecido para alfaiataria), trabalho impecável e bem executado. Ela apresentou um figurino inspirado nas danças folclóricas do Ceará, destaque na saia, inspirada no costume utilizado pelas mulheres que se apresentam nas “rodas de côco”, mais conhecidas no nordeste como pagode ou samba e adaptada com um godê maior, para dar volume à dança de Dandara. Composto por uma blusa com babados, que apresentava um leve trabalho de bordados em flores e pedrarias sutis para dar ainda mais vida ao figurino. Vamos destacar e parabenizar também as baianas, que se apresentaram com anáguas (fator atípico nos ensaios técnicos), com um trabalho de fitas de diversos tipos, trouxe o colorido do nordeste brasileiro, provocando uma explosão de cores na avenida. Na parte de cima do figurino um alacá de renda branca, colares dourados e amarelos, finalizado com o famoso turbante de um dos segmentos mais importantes de uma agremiação.

No segundo setor vamos destacar a Rainha de Bateria, Gracyanne Barbosa (vestindo Michel Marssola), com um figurino na paleta parda, utilizando os Pantones Russet Orange, 108 e Red 032 U como variações, na capa, ombros e cabeça, usando cristais para dar o brilho esperado. O vestido remetia ao solo seco do sertão, a flor de mandacaru no ombro direito era a lembrança viva da flor que nasce no chão semiárido. A capa se simbolizava o sol, responsável pela seca do Sertão, propunha mais luminosidade ao figurino. Na saia, os farrapos em tecido, homenageavam as mulheres rendeiras que transformavam seus retalhos, na fabricação de suas próprias roupas. Figurino pensado e bem construído.

Para fechar, tivemos a musa Kamila Reis (vestindo Anderson Oliveira), com um figurino inspirado nos bordados artesanais feitos pelas bordadeiras nordestinas, exaltando as cores do pavilhão da Escola. No Pantone Dazzling Blue e uma das variações do 1807, a vestimenta apresentava bordados em renda e canutilho, com relevos nas aplicações de miçangas e pedrarias no mesmo Pantone. Anderson nos relata inclusive, que sua equipe é composta por mulheres nordestinas que atuam ao seu lado e que o ajudam na construção destes bordados. Trabalho bem executado e de bom gosto.

Império Serrano

Com o enredo “O que é, o que é?”, desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Menezes, o Império Serrano irá levar para a avenida um clássico musical do cantor Gonzaguinha que abordará o mistério, as belezas e as dores da vida. No primeiro setor da Escola, vamos destacar o primeiro Mestre sala, Diogo Jesus (vestindo Máximus confecções), com um terno no Pantone 354 C em uma tecidaria fosca de cortes tradicionais, a vestimenta utilizou a paleta verde que representa o pavilhão da Escola somada a uma gola branca, sobrepondo e dando vida ao figurino que aliado à gravata branca, possibilitou um aspecto limpo e visualmente bonito. Ainda no primeiro setor, vamos destacar a Rainha da Escola, Monique Rizzeto (vestindo Espaço Luz Atelier), inspirado no trecho do samba “ela é a batida de um coração”, o figurino foi pensado para que Monique demonstrasse todo o seu amor ao Império Serrano. A vestimenta predominantemente dourada com corações na paleta vermelha apresentava ombreiras e bordados com franjas em strass dourado em um maiô cavado e sensual desenvolvido todo na segunda pele, possibilitando exibir além do seu corpo escultural um figurino rico em detalhes, além de deixá-la à vontade em sua apresentação.

Em frente à Sinfônica do Samba, vamos destacar a Rainha de bateria da Escola, a queridíssima Quitéria Chagas (vestindo Espaço Luz Atelier e com beleza assinada por Yuri Graneiro), a beldade brilhou mais uma vez na Sapucaí. Com um figurino de um design ousado e imponente, a vestimenta foi desenvolvida no Pantone Mango Mojito, na paleta dourada, representando o ouro, o luxo e a riqueza de uma rainha, com um ar bem futurista, sem deixar de lado o requinte. O figurino tinha uma leve inspiração no trabalho do designer de moda belga Martin Margiela, com ombreiras marcantes e de formas geometricamente diferenciadas que ainda contava com um trabalho refinado de pedrarias e aplicação de franjas de canutilho, obedecendo ao Pantone original, resultando em um efeito visual monocromático de bom gosto, sofisticado e deixando a presença de Quitéria ainda mais deslumbrante.

Imperatriz

Com o enredo “Me da um dinheiro aí” desenvolvido pelos carnavalescos Kaká e Mário Monteiro, a Imperatriz contará na avenida da relação do homem com o dinheiro e os carnavalescos prometem não deixar de lado críticas políticas e o bom humor. No primeiro setor, vamos destacar o primeiro casal de Mestre sala e Porta bandeira, Thiaguinho Mendonça (vestindo Edgar Barros) e Rafaela Theodoro (vestindo Whilliam Perez), ele em um blazer, calça e blusão, com corte slim, apostou em um estilo mais desposado, deixando-o livre em sua dança. Destaque maior no blazer de lese bordada que trouxe ao figurino um toque de originalidade. Ela em um vestido no Pantone 627 U, com nuances do Pantone 354 C, na paleta verde. Com um trabalho rico em rendas e pedrarias obedecendo as duas variações do Pantone a parte superior do figurino era suave e bem realizada, na parte inferior uma saia em crepe e acabamento em náilon, dando leveza e graciosidade ao figurino. A vestimenta ainda contava com uma aplicação de um cifrão bordado em starss na parte frontal do figurino e finalizando, uma coroa toda trabalhada em cristais verdes de diversas formas geométricas. Tudo sutil e perfeito. Ainda no primeiro setor, vamos destacar a musa da Escola Carla Prata (vestindo Danielle Albregard e com beleza assinada por Graciane Vasquez). Carla apresentou um figurino ousado, excêntrico e impactante, inspirado na lenda da filha do Rei Mídas, de sua forma humana em uma estátua ouro, a beldade quis mostrar um pouco dessa transformação para o público que foi ao delírio com a ousadia de Carla, fator já marcante na avenida. O figurino que foi desenvolvido todo na segunda pele, apresentava nos riscos de ouro, o Pantone Old Gold, na paleta dourada. Mas, não podemos deixar de retratar a maquiagem artística que foi um ponto alto e que deixou muita gente de queixo caído, dando um toque final ao figurino extremamente bem realizado.

No segundo setor, vamos destacar a musa Ketula Mello (vestindo Guilherme Alves), com um figurino desenvolvido em segunda pele, rico em dourado, com uma material diferenciado e com acabamento em cristais. Para fechar o look, a musa ainda apostou em uma coroa também em cristais, obedecendo a paleta dourada. A última que vamos destacar é a segunda porta bandeira da Escola, Beatriz Paula (vestindo Lucas Nogueira), estreante na marquês com o pavilhão da verde e branco de Ramos, Beatriz apresentou um figurino no Pantone 627 U, com um trabalho de bordado em rendas e pedrarias cristais, obedecendo a paleta sugerida no figurino e um decote em segunda pele da parte frontal da vestimenta. Trabalho sutil, limpo e bonito.

Fiquem ligados para conferir a próxima coluna!

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