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Rogério Marinho ambiciona derrotar Pacheco, mas quer lugar de Lula, por Sidney Rezende

Rogério Marinho. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Rogério Marinho. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Até o momento, Rodrigo Pacheco (PSD) é o favorito para vencer a disputa pela presidência do Senado nesta quarta-feira, 1º de fevereiro. Os aliados contabilizam entre 55 e 60 dos 81 votos. Do outro lado, PL, PP e Republicanos se unem em torno do ex-ministro Rogério Marinho, acolhido pelos radicais da extrema direita que fazem espuma nas redes sociais para aparentar mais poder do que realmente tem.

Experimentado, calejado, inteligente e ambicioso, Marinho já é “vitorioso”, mesmo que seja “derrotado”.

Ele está com o olho esbugalhado para o espólio deixado ao léu pela indigência de ideias e ação de Jair Bolsonaro. Até apoiadores do antigo no governo, nos bastidores, chamam Bolsonaro de palerma.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, é um dos que já se convenceu do desequilíbrio emocional de Bolsonaro.

De fato, há uma incapacidade de gerência sobre o legado extraordinário depois dos milhões de votos conquistados no embate contra Lula. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, é um dos que já se convenceu do desequilíbrio emocional do ex-presidente. “Ele virou pó”, teria dito para amigos. E Marinho, por sua vez, quer ser o capitão moral dos conservadores. E ele sabe que o senador eleito Hamilton Mourão, os governadores Zema e Tarcísio também ambicionam o controle do mesmo espólio.

A cerimônia que oficializou o lançamento da candidatura de Rogério Marinho para a presidência do Senado, no fim de semana, é a oportunidade da tropa parlamentar se rearrumar e reestruturar as forças para colar os cacos da trapalhada de 8 de janeiro e a carência de ideias que possam ir além de “caçar comunistas” ou ficar jogando pedra no telhado do Governo atual.

Rogério Simonetti Marinho é um economista e político brasileiro, filiado ao Partido Liberal, foi secretário especial da Previdência, de 2019 a 2020, e ministro do Desenvolvimento Regional, de 2020 a 2022, durante o governo Jair Bolsonaro. Estas qualificações foram lembradas pelo senador Flávio Bolsonaro que não ficou nem com o rosto vermelho ao dizer que Marinho na presidência do Senado irá rumar para a “pacificação”. Marinho sempre foi moderado, hoje sim por interesses aceita ser boneco de manobra da extrema direita. Flávio finge que não foi o bolsonarismo pai do radicalismo, disparos de fake news e desinformação em todas as esferas. Na linha “esqueçamos o passado” e só nos interessa o futuro. Não cola.

Com pouca margem de manobra e falta de tempo para virada, Rogério Marinho toca flauta para os extremistas ao reclamar da “interferência” do ministro do STF Alexandre de Moraes na disputa pelo comando da Casa Legislativa, conforme adiantou o colunista Igor Gadelha, do site Metrópoles.

Antevendo o inferno que Jair Bolsonaro terá pela frente, Marinho precisa mesmo é manter seu nome no topo do noticiário.

No afã de parecer independente ideologicamente, o que não é, Marinho contou nos bastidores que Alexandre de Moraes teria ligado para alguns parlamentares pedindo voto para o seu adversário. Bobagem.

Antevendo o inferno que Jair Bolsonaro terá pela frente, Marinho precisa mesmo é manter seu nome no topo do noticiário e segurar para si a confiança dos derrotados na última eleição para se viabilizar como postulador a ser um oponente de Lula lá na frente. Ele vai conseguir?

Independentemente da vitória na disputa pela presidência do Senado, aliados de Rogério Marinho defendem que será necessária uma “resposta” a Moraes.

Segundo eles, essa resposta não significaria defender o impeachment do ministro, mas “abrir a caixa de ferramentas” do Senado para deixar claro que o cargo de ministro do STF não poderia ser usado como instrumento político.

Procurado pela coluna desde o domingo (29), o ministro Alexandre de Moraes não respondeu. O espaço segue aberto.

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