A grande sensação do IV Seminário da Aprendizagem realizado pelo CIEE RJ na Academia Brasileira de Letras nesta quinta-feira (9) foi a palestra de abertura do evento feita pela jornalista Nathalia Santos. Cega desde criança, ela fez uma apresentação brilhante, corajosa e instigadora. Um exemplo de alguém que pensa fora da caixa e é capaz de combinar bom humor com pensamentos profundos. Ela emocionou a plateia.
Para ser preciso, a manhã começou inspiradora com a apresentação do Coral Sidney Marzullo, formado por cegos e por pessoas com baixíssima visão:
Quando Nathalia Santos subiu ao palco acompanhada pelo seu irmão Danilo, era o início de um testemunho duro, mas consciente. Pinçamos algumas das suas reflexões:
“Sou cega e o problema não é meu. É de vocês que não me enxergam.”
“Somos iguais perante a lei, mas com necessidades diferentes.”
“Cegueira não passa por saliva e nem por osmose.”
“O cadeirante não pode ir ao banheiro, porque a porta não tem metragem para passar.”
“Já peguei ônibus errado muitas vezes.”
“É horrível a pessoa sair do seu lado sem avisar.”
“Sou inconformada por natureza.”
“Ninguém acorda e diz que quer ser o exemplo de superação.”
“Parte do que eu vou ser depende do outro.”
“Sou cega, mas não sou só isso.”
“Tenho reforçado todos os meus rótulos para abrir a porta e, depois de aberta, a gente surpreende.”
“Sou negra, mulher, cega e favelada. Eu mereço todas as cotas.”
A partir da preleção, aprendemos que além de se falar ao microfone é necessário falar fora dele, pelo menos no início da sua apresentação para que o cego saiba onde você está localizado no palco. Caso contrário, o deficiente visual ficará voltado para a caixa de som mais próxima. Se possível, você deve se descrever.
Feito isso, em seguida, foi a vez dos demais componentes darem suas contribuições em favor da educação inclusiva e da importância das empresas abrirem oportunidades para pessoas que tenham todo o tipo de limitação.
O que pode parecer um impedimento, breve será uma experiência rica de soluções e altamente vantajosa para todos. O que os economistas chamam de “ganha-ganha”.
Foram inestimáveis as contribuições de João Paulo Feitosa, representando o Ministério do Trabalho; Dulce Torzecki, do Ministério Público do Trabalho; Rogério Santos, auditor fiscal do Trabalho; Marcelo Bentes, da Fundação Roberto Marinho; e a estudante Priscila Amaral. Priscila, inclusive, com uma deficiência imperceptível no braço, contou o quanto foi duro sofrer bullying na infância. “Quando tinha 7 anos, eu sentava na última fila, porque tinha vergonha de mim. Quantas vezes os meninos me discriminavam, ao ponto de furarem o pneu da minha bicicleta. Agora que consegui ser aprendiz, depois desta oportunidade do CIEE, eu me sinto outra pessoa”, desabafou.
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