Sandro Salvatore. Foto: Acervo Pessoal

Sandro Salvatore Giallanza

Economista formado pela Faculdades Integradas Bennett, pós-graduado em Mercado em Derivativos e pós-graduado em Gestão em Projetos, pela Universidade Cândido Mendes. Escritor de publicações sobre Empreendedorismo, Gestão em Projetos, Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Consultor do Sistema Sebrae, das 3 maiores entidades municipalistas brasileiras e de dezenas de prefeituras brasileiras.

Os ensinamentos não internalizados pela Vale

Vale. Foto: Reprodução

Vale. Foto: Reprodução

O desastre da Vale em Brumadinho, que até agora deixou 166 mortos e 155 desaparecidos, escancara um problema ainda presente em empresas brasileiras: falta de gestão de risco adequada.

A tragédia ocorreu pouco mais de três anos depois do rompimento da barragem em Mariana, que deixou 19 mortos. Alguns pontos devem ser refletidos:

a) repetição de tal ocorrência em tão pouco tempo, expõe e fragiliza a imagem da segunda maior mineradora do planeta;

b) o avanço exponencial no número de vítimas demonstra o tanto e o quanto é deficiente o Plano de risco adotado pela companhia;

c) que o número de vitimados certamente é oriundo do quadro de funcionários da Companhia, um duro revés seja para a reposição de mão de obra qualificada e seja pelo lado financeiro visto que as indenizações incorporarão valores muito acima se os mesmos fossem demitidos;

d) de que houve negligência e uso de poder discricionário da força obrigando as fornecedoras de não de obra técnica a atestarem, mesmo que o constatado fosse visceralmente contrário ao que foi redigido nos relatórios que atestaram e afiançaram que as barragens não ofereciam riscos estruturais, fato que acabou sendo descoberto e desmentido pelas investigações e nas seleções a que foram submetidos os técnicos das terceirizadas;

e) que o padrão da compostagem dos resíduos indesejados vão ofereciam o mínimo possível de garantia de vir a ocorrer um tsunami de um material tóxico que está comprometendo a qualidade de vida dos rios, do solo e dos habitantes;

f) a conivência e a negligência das autoridades dos 3 executivos nas diversas instâncias antes dos novos governos renovados e arejados para fazerem justiça e punir os responsáveis por este crime ambiental;

Nada foi aprendido nestas duas ocorrências que seguramente foram menosprezados e desvalorizadas pelo atual presidente da companhia que sorrateiramente e até mesmo com um tom emocional certamente emocionou os mais desavisados que podem ter se sensibilizado e acreditado nos fiéis e sinceros discursos isentando a Vale.

A forma e a velocidade com que a Vale se comunica com o público e o mercado mudou nesses três anos, mas o que não sofreu avanços significativos foi o gerenciamento de riscos e crises, de acordo com especialistas no tema.

A grande lição a ser tirada a partir desta segunda tragédia ambiental está demonstrando que qualquer economia nos custos apregoados pela cartilha do risco e da ameaça que está por trás dos pretendentes.

A Vale necessariamente ter A que se reinventar para recuperar sua imagem perante ao mercado, e venhamos e convenhamos que a companhia sangrará bastante fruto da mudança que vem sendo notada na atuação do legislativo e do executivo. A perfeição não existe, não adianta criar expectativas ufanistas e desnecessárias porque o que de fato conta é o de saber ser justo e promover a justiça sem asfixiar e comprometer a estrutura socioeconômica do país. Saber equilibrar e valorizar os valores éticos e morais no país faz sentido e contribuirá para a criação de um nova realidade que permita passar um recado que o império da lei e da ordem são uma conquista a ser e preservada por gerações no Brasil. O que de fato importará e deixar para as gerações futura um amplo legado que torne e que faça a diferença essencialmente que lhes permita reconhecer, reverenciar e influenciar decisivamente o sentimento de admiração e do amor para com a pátria, Brasil, isto é que deve nos mover.

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