A chaga dos refugiados

Refugiados no mar. Foto: Reprodução

Refugiados no mar. Foto: Reprodução

Já não bastava a super exposição humanitária, enfrentar todo tipo de sorte, dificuldades e dúvidas se conseguiria se manter vivo após realizar viagens sem as mínimas condições sanitárias e de segurança em embarcações que no mínimo trariam consequências desagradáveis na contração de doenças infecto contagiosas ou ate mesmo levar até a morte, como vem acontecendo na maioria das vezes nos milhares de trajetos rumo a um novo horizonte de qualidade de vida para os refugiados.

Este foi o cenário que se agigantou como a opção a ser encarada por milhões de refugiados de diversos matizes que tiveram que confiar no seu feeling e na proteção divina como a alternativa única e exclusiva para fugir do inferno que viviam em seus países.

As razões são inúmeras e empurraram os ideais destes cidadãos a apostar no tudo ou nada em alcançarem seu objetivo em se estabelecer em países onde as oportunidades de uma vida melhor poderia lhes abrir as portas para uma realidade bem menos invasiva e dolorosa para o futuro dele e dos seus entes queridos.

Para a maioria maciça chegar vivo era como ter superado o maior desafio cuja incógnita derradeira era escapar do sofrimento e do risco de não sobreviver ao percurso e da opressão ideológico e assustadora porque passavam diante das imensas dificuldades estruturais e conjunturais , isto é, chegar vivo derrubaria uma série de paradigmas e possibilitaria aumentar as esperanças por dias melhores, de maior dignidade e um novo futuro.

Outra variável a ser observada formadora de uma nova realidade para ambas as partes e cujos reflexos são incalculáveis decorre da baixa resposta dos governos europeus na oferta de postos de trabalho para absorver esta nova mão de obra cuja alternativa mais efetiva seria gerar rodízio sem gerar oferta de trabalho adicional que acrescentará profundas mudanças de todo o tipo de ordem ao perfil ético, étnico, cultural, sócio e econômico no continente europeu impacto decisivo e determinante na nova formação da população para o futuro do continente que passará por uma miscigenação na população.

Por outro lado, a baixa capacidade técnica e funcional abre um precedente significativo para o aproveitamento desta força de trabalho limitada a serviços meramente de trabalhos no comércio e no serviços sem maior alcance de evolução profissional e nos rendimentos para o médio prazo.

Para a economia européia os efeitos são desejados desde que esta reacomodação na força de trabalho não resulte na substituição dos postos de trabalho de seus filhos por mão de obra refugiada cujas consequências serão indesejáveis e impactarão no recrudescimento do sentimento de repulsa socioeconômica por um processo que resultará na substituição da mão de obra européia pela dos refugiados.

Este movimento está atrelado a expansão do sentimento ultra nacionalista que vem sendo observado e sentido por todo o continente e que certamente empurrará o eleitorado a privilegiar uma nova opção de gestores públicos inclinados a perspectivas da direita como vem acontecendo em muitos países pelo planeta, nada contra esta troca de experiência que aliás é a essência das verdadeiras e sólidas democracias, mas o insuflamento ideológico terá como pano de fundo uma nova ordem protecionista em todas as suas vertentes essenciais condição contrária para o desenvolvimento e crescimento mais harmônico das economias planetárias.

Por trás disso tudo estão as políticas públicas fracassadas implementadas e que deixaram marcas de contágios negativos cujos únicos responsáveis são os últimos 4 mandatos de executivos públicos desalinhados de uma sistemática mais estrutural que viesse a combater as disfunções que ora assolam as economias subdesenvolvidas e cujos reflexos estão respingando nas maiores economias planetárias impondo novas realidades de transformações radicais no seu tecido socioeconômico.

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