Muita calma nessa hora concurseiros!

Alunos fazem prova. Foto: Divulgação

Alunos fazem prova. Foto: Divulgação

Com o início de uma nova gestão dos governos federal e estaduais, vem a dúvida sobre as oportunidades de concursos que poderão surgir esse ano de 2019. Outra dúvida, até mais dramática, é:  se vale a pena investir tempo e mesmo dinheiro em um processo de preparação para esses concursos.

Todo início de gestão, principalmente quando tem um caráter, pelo menos aparente, de romper com lógica de governos anteriores, gera insegurança. Eu digo aparente, não por convicção política, mas simplesmente por estarmos presenciando, nesse momento, os primeiros dias de governo. Ainda é muito cedo para cobrarmos algum resultado consistente ou mesmo um direcionamento específico quanto a necessidade de contratação para diferentes órgãos públicos. Os primeiros meses, imagino uns três meses, tanto o governo federal, quanto os estaduais, conhecerão a realidade de cada órgão e quais desses órgãos estão tendo problemas em manter as atividades e prestar os devidos serviços à sociedade. Não é interesse de ninguém, muito menos dos chefes dos Poderes Executivos federal e estaduais, levar um órgão ou os serviços que prestam ao colapso. Como sabemos, a imprensa e redes sociais continuarão a criticar e gerar um certo controle e divulgação de problemas relacionados as novas gestões. A opinião pública, mesmo difusa e polarizada, vai fazer barulho a cada problema ou atraso na prestação de serviços do Estado. Ninguém está imune a essa nova realidade.

Outro ponto que gostaria de frisar é a sanção do orçamento pelo Presidente Jair Bolsonaro, que conta com a previsão de 48.224 vagas para concursos em 2019. Só para o poder Executivo federal a previsão é de 42.818 vagas. Sabemos que orçamento é um direcionamento e não necessariamente uma realidade, mas se o Presidente da República não vetou essa possível oferta de vagas e nem a previsão de receita advinda das taxas de inscrição de concursos das universidades federais, institutos federais, INSS e EPE. Essas entidades dificilmente abdicarão dessa receita, pois além de perder dinheiro, está em jogo a manutenção do funcionamento e da prestação dos serviços de Estado, como já discutimos.

Para quem se preocupa com a orientação liberal do nosso novo governo federal, não vejo risco de se consolidar um governo caracteristicamente liberal no período de tempo de uma ou duas gestões. Privatizações são prováveis, mas não podemos esquecer que esse mesmo governo que se diz liberal na economia também vem discutindo o conceito de setores estratégicos para a soberania nacional. Outro ponto é que todo o serviço público é regido por lei, para simplificar o funcionamento do Estado será necessário, além de uma análise profunda, um grande esforço do Poder legislativo para criar um novo desenho do Estado. Não podemos esquecer que esse atual desenho veio sendo construído e consolidado desde nossas origens colônias, muda-lo não é tarefa simples e nem será um processo que veremos terminado em uma ou duas gestões. Para o governo liberal ter autonomia e liberdade para funcionar é necessária uma grande reestruturação no nosso arcabouço legal, que é demorado e demanda trabalho intensivo e forte apoio do legislativo…  Continua!

 

 

 

 

 

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