Cheryl Berno. Foto: Acervo pessoal

Cheryl Berno

Advogada, Consultora, Palestrante e Professora. Especialista em direito empresarial, tributário, compliance e Sistema S. Sócia da Berno Sociedade de Advocacia. Mestre em Direito Econômico e Social pela PUCPR, Pós-Graduada em Direito Tributário e Processual Tributário e em Direito Comunitário e do Mercosul, Professora de Pós-Graduação em Direito e Negócios da FGV e da A Vez do Mestre Cândido Mendes. Conselheira da Associação Comercial do Estado do Rio de Janeiro.

Mãe é espera

Para ser mãe a gente espera. Esperei. Estudei, trabalhei e escolhi o melhor pai. Sonhei muito, planejei, só não imaginei que teria que parar a vida na gravidez para esperar o tempo dele. Ele veio em um parto “natural”, como tinha que ser. Esperei o tempo dele para amamentar, afinal, cada um tem o seu tempo e aprendi desde que ele nasceu, que mãe é espera.

Esperei ansiosa pela primeira palavra, pelo primeiro passo, o primeiro dia de aula, as apresentações da escola, eu sempre estava lá, esperando que ele me visse e ele foi crescendo como que num piscar de olhos. E a espera continuou. Esperei então pelo irmãozinho, esperei, mas, dessa vez não era para ser. Mas, mãe é espera, e esperei de novo e aí ele que me fez esperar.

A médica disse que eu teria que costurar o útero, porque eu tinha que esperar em repouso, para que ele não viesse ao mundo antes da hora. Então, como qualquer mãe faria, parei o meu mundo para que ele pudesse vir no tempo certo. Ele que não esperou muito e resolveu vir bem antes, porque os filhos nem sempre fazem o que as mães querem. Veio prematuro e eu esperei cada dia. Lembro como se fosse hoje, eu o tinha no peito e mostrava para ele da janela da UTI o mundo que o esperava, as árvores, o sol e o vento que ele haveria de sentir no rosto. Depois de 88 dias, o levei para casa, ele nasceu de novo, viu a natureza e pude tê-lo o tempo todo no meu colo.

Valeu a espera, faz 8 anos que ele me beija e me abraça todos os dias, traz água e frutas, desenha muito, diz que me ama, um anjo, que ao lado do irmão, agora já um adolescente, faz a minha existência já ter valido a pena.

Mas, como toda mãe, a gente espera ainda ter transmitido valores, para que cresçam conscientes e solidários, politizados, que façam deste mundo um lugar melhor, que gostem de artes, música, animais, do meio ambiente, de ciência, ler, estudar e de tanta coisa que acreditamos. Esperamos que eles aprendam as lições. Esperamos ter sido um bom exemplo e, é claro, que tenham saúde e sejam felizes, do jeito deles.

Mas, no fundo no fundo, a gente sabe que os cria para o mundo, para que voem alto e que a distância um dia chegará, porque terão as suas próprias vidas, longe de nós e como mãe é espera, esperamos que saibam que estaremos sempre ali, como um porto seguro: que voltem muitas vezes! Esperamos que nos deem a alegria dos netos e quem sabe, até bisnetos.

E, neste momento de isolamento, a mãe espera até que os filhos fiquem distantes, que o abraço fique para depois, para a proteção de todos, o que não impede aquele telefonema, uma “Live” (um vídeo ao vivo, feito e passado na hora) e até um vídeo gravado. Que tal pedir também para ela gravar um vídeo para você? Ninguém melhor do que mãe para lembrar que isso também vai passar. Além de esperar ela já fez e faz muito, agora ela espera que você faça a sua parte!

Selecionamos alguns vídeos de mães maravilhosas, cada uma com uma história, uma mensagem, um conselho, que vale para todo mundo. Veja aqui os vídeos das mães guerreiras que aceitaram o nosso desafio e deixe o seu recado também:

  • Janaina Lemos, babá, mãe do Lucas de 24 anos e avó, ajudou a criar muitos filhos e deixa uma mensagem de diálogo e amor
  • Sandra Pacheco, assistente social, mãe de 3 homens e avó, que faz aniversário no dia 9/5, deixa uma mensagem de que o amor é a base de tudo e faz uma apelo aos nossos governantes
  • Lenite Serejo, gestora de RH, é mãe de 1 mulher, deixa uma mensagem de solidariedade para todas as mães que estão passando por dificuldades
  • Marina Tereza Berno, pedagoga, mãe de 2 homens e de 1 mulher, que vai fazer aniversário dia 14/5, pede paciência e tolerância para passarmos tudo isto
  • Maria Damasceno, advogada, tem um filho que vai fazer 29 anos no isolamento, defende a mulher em situação de violência
  • Leona Berno, auxiliar administrativo, mãe do Dudu, 7 anos e do Benjamin, 3 anos, deseja a todas as mães e sogras um feliz dia
  • Cheryl Berno, mãe do Léo, de 13 e do Rafael, de 8 anos, espera que todo mundo faça a sua parte
  • Serviço: Em caso de violência contra mulher ou criança ligar para o número 100, 180 ou 190.

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