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A lista polêmica: quais desfiles faltarão na transmissão da Globo?

Desfiles da Portela de 1995 e da Tijuca de 2004 não entraram na lista da Globo. Foto: Reprodução

A TV Globo parece que ouviu as preces de milhares de sambistas e amantes das escolas de samba e programou duas noites com aqueles que, segundo “curadores” consultados ‘marcaram a história do carnaval brasileiro”. Não sei bem quais os “curadores” consultados, mas imagino, pois a tal lista se revelou totalmente sem imaginação, com a maioria dos desfiles atuais e, muitos deles, a maioria absoluta diria, não figurariam numa lista dos 100 maiores desfiles de todos os tempos, talvez nem dos 200. Conseguiram desagradar a (quase) todos.

O que acontece é que a emissora formula sua programação de acordo com seu público em geral e não específico. A lista não foi feita para agradar a mim, nem a você, mas visa a tentar captar a atenção, a audiência do povo que não está nem aí para escolas de samba, por isso a razão de desfiles cujo tema são Ivete Sangalo, Roberto Carlos etc. “Olha a Ivete na TV!”. Provavelmente deve ter pesado a questão da qualidade das imagens, do áudio, talvez esse seja o motivo para a escolha por desfiles tão recentes, tão frescos na nossa memória.

A emissora carioca tem, em seu acervo, desfiles transmitidos de 1977 para cá, talvez, com exceção a 1984, ano em que a Manchete amassou a Globo no Ibope, com o monopólio da transmissão no Sambódromo. Todo mundo, assim como eu, fanático pelas escolas de samba, tem a sua lista de desfiles preferidos, que gostaria de ver ou rever no lugar da tal lista polêmica.

Eis a minha lista dos catorze desfiles que eu gostaria de assistir, se fosse possível, na Globo no próximo final de semana, deixando claro que não são, para mim, os melhores desfiles, mas aqueles que eu gostaria de ver ou rever:

União da Ilha 1977 – “Domingo”
Beija-Flor 1978 – “Criação do mundo na tradição nagô”
Imperatriz 1981 – “O teu cabelo não nega”
Império Serrano 1982 – “Bumbum Paticumbum Prugurundum”
Mangueira 1990 – “Deu a louca no barroco”
Caprichosos 1985 – “E por falar em saudade”
Mocidade 1987 – “Tupinicópolis”
Vila Isabel 1988 – “Kizomba – A festa da raça”
Beija-Flor 1989 – “Ratos e urubus, larguem minha fantasia”
São Clemente 1990 – “E o samba sambou”
Salgueiro 1991 – “Me masso se não passo pela Rua do Ouvidor”
Estácio de Sá 1992 – “Pauliceia desvairada”
Portela 1995 – “Gosto que me enrosco”
Unidos da Tijuca 2004 – “O sonho da criação e a criação do sonho: a arte da ciência no tempo do impossível”

É claro que, como qualquer lista, vai gerar discordâncias, opiniões contrárias enfim “Toda unanimidade é burra”, disse Nelson Rodrigues. Essa é a minha lista. Qual seria a sua?

Sobre o autor

Natural de Padre Miguel, Jorge Renato Ramos é pesquisador, bacharel em Letras/Francês (UFRJ/UERJ) e autor da série de livros “Apoteótico: os maiores Carnavais de todos os tempos”.

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