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Notícias atualizadas sobre o Carnaval do Rio de Janeiro.

Em fevereiro (não) tem Carnaval, por Rachel Valença

Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Foto: Reprodução/Liesa

Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Foto: Reprodução – Liesa

Falta menos de um mês para o Carnaval. Corrigindo: faltaria menos de um mês para o Carnaval, se fosse haver Carnaval em 2021. Portanto, faltam menos de 13 meses para o Carnaval.

Cancelado pelo novo prefeito, o pretendido Carnaval Fora de Época em julho, não cabe questionamento a essa acertada decisão. Além de não haver na cidade, neste momento, a mais remota condição de pensar em folguedos carnavalescos tais como nós os conhecemos, Carnaval Fora de Época é coisa artificial, não existe.

O mundo está assolado por uma doença terrível, que obriga ao distanciamento social e ao isolamento, o que afeta todas as atividades comerciais, culturais, esportivas, e muito mais. O que se viu, nesses quase 11 meses de pandemia, foi a criatividade que a necessidade de sobrevivência motivou: restaurantes, fechados, passaram a entregar refeições na casa do freguês, lojas de roupas permitem que a mercadoria vá à casa do cliente, profissionais de saúde se adaptaram ao atendimento online, antes impensável.

Também as escolas de samba se adaptaram à nova realidade, proporcionando a seus admiradores lives e até disputas de samba-enredo online. Essas atividades, se serviam para esquentar o coração de torcedores e sambistas, não proporcionava receita, e o que vimos ao longo de 2020 foi uma situação financeira caótica em quase todas as agremiações. Uma escola de samba se sustenta durante o ano com eventos que cobrem os custos de manutenção da quadra, com luz, telefone, limpeza, funcionários administrativos. Sem eventos, de portas fechadas, não sobrevive.

Por outro lado, sem perspectivas concretas de Carnaval, também os barracões se mantiveram fechados, o que significou desemprego para seus trabalhadores, além de acúmulo de despesas de manutenção. Um quadro muito desfavorável para todo o setor.

Até aqui nada de novo. Mas continuo com a mesma preocupação: o que fazer durante o Carnaval? A brava imprensa carnavalesca já se movimenta para nos proporcionar algum consolo no grande vazio entre 12 e 16 de fevereiro, planejando opções de atividades relacionadas ao universo das escolas de samba: lives, debates e até disputas (elemento fundamental no carnaval das escolas de samba). Resta saber se as entidades representativas das escolas de samba nos apresentarão também alguma opção. Estamos esperando. Ou será que só sabem agir impulsionadas por dinheiro e patrocínios? Onde foi parar a criatividade e a capacidade de resistência que tornaram as escolas de samba o que são hoje? A mídia que cobre Carnaval está botando a cabeça pra funcionar por necessidade de sobrevivência, é claro, mas também por amor às escolas de samba. É essa prova de amor que estamos esperando também dos dirigentes reunidos em suas associações representativas. Esse amor e essa iniciativa são indispensáveis para que não sejamos esquecidos do povão, que já anda meio arisco…










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