Carnaval/RJ

Notícias atualizadas sobre o Carnaval do Rio de Janeiro.

Minha Trajetória no Samba: Cassiane Figueiredo

Cassiane Figueiredo. Foto: Arquivo pessoal

Minha mãe conta que eu, quando pequena, dançava com um cabo de vassoura dizendo que era porta-bandeira, mas realente não lembro.

Não sou sambista de berço como muitos, mas sempre gostei de dançar e me exibir.

Um dia, pedi ao meu pai, Sr. Ramos do Prato, para me levar ao samba, ele me levou a um ensaio de rua do Império Serrano. Um diretor de harmonia da agremiação, Paulinho Careca, me convidou para integrar a ala de passista da Leão de Nova Iguaçu, onde também era diretor. E assim começa minha trajetória no samba.

Fui passista de escolas do acesso A, B e especial. E até fui rainha de bateria da escola do bairro onde morava, Acadêmicos de Vigário Geral. Foram três anos de muito amor.

Em 2006, na Leão de Nova Iguaçu, eu fazia parte da ala de passista, não sei o porquê, mas o segundo casal de mestre sala e porta bandeira não iria mais desfilar. Faltando duas semanas para o desfile, a Célia, na época diretora de passista, pediu para que eu e um passista desfilássemos como segundo casal para ajudar a escola. Confesso que não queria de forma alguma, não me imaginava com toda aquela roupa, mas era aquela situação, vamos ajudar a escola. Então lá fui eu, desfilei embaixo de uma chuva horrorosa. Mas não segui como porta-bandeira. Só lamento não ter fotos desse desfile.

Em 2008, eu era rainha de bateria do Acadêmicos de Vigário Geral, onde meu amigo Serginho Harmonia (diretor de carnaval), me disse que estava ajudando alguns casais na quadra da Vizinha Faladeira. Eu perguntei se eu poderia assistir para ver se me interessava.

No dia da aula, o mestre-sala da Vizinha, o saudoso Leandro (Lelê Saúde), me viu sentada assistindo e perguntou se eu não queria dançar. Eu disse que só estava assistindo, mas ele não se deu por vencido, e me puxou, me colocou para girar para um lado e eu fui parar em outro… Em seguida Lelê disse: – Já achei minha porta-bandeira!

Eu comecei a rir, primeiro porque estava tonta e segundo porque não levei a sério. Aquela dança, era algo que eu queria conhecer, mas não para me dedicar naquele momento. Pensar em largar o samba no pé? Nunca.

Mas Lelê era muito convincente, e por fim encarei. Mas por motivos pessoais, Lelê saiu da Vizinha, então, a direção da escola foi ao Projeto do Manuel Dionísio e escolheu um mestre-sala.

E assim começou minha trajetória como porta-bandeira. O meu primeiro pavilhão como primeira porta-bandeira foi na Vizinha faladeira em 2009, ao lado de Weslen Santos.

No ano seguinte, 2010, fomos convidados para compor o segundo casal da Alegria da Zona Sul, desfilamos por dois anos pela agremiação, 2010 e 2011.

Em 2010, Flavio Mello, era o diretor de carnaval do Alegria da Zona Sul, conhecendo meu trabalho, me convidou para defender o primeiro pavilhão do Unidos do Jacarezinho, onde formei par com Luiz Augusto no carnaval de 2011.

Foi um carnaval muito bom e proveitoso, desfilei no Rio e em outros carnavais do Brasil.

Em 2011, tive o convite da Unidos da Vila Santa Tereza para defender o primeiro pavilhão; em 2012, no Grupo B, que na época desfilava na terça feira de carnaval na Sapucaí, e em 2014 na Intendente Magalhaes.

Aí, dei uma paradinha para ser mãe! Meu marido Thiago Lepletier e eu ficamos muito felizes, pois em dezembro de 2014 nasceu nossa Odara.

Minha história com o GRES Souza Soares, a verde branco de Niterói começou em 2016. A escola mandou fazer uma bandeira no atelier onde o mestre-sala Wagner de Oliveira trabalhava na época, e informaram que precisavam de um casal. Logo Wagner se apresentou e me convidou, daí por diante começou meu amor com a verde e branco de Santa Rita em Niterói, onde permaneço até hoje, graças a Deus, indo para o quinto ano em 2020.

Retorno as atividades no Rio de Janeiro, como primeira porta-bandeira do Arrastão de Cascadura em 2016 e 2017 ao lado do mestre sala Raphael Nascimento.

Em 2017 e 2018 desfilei no Acadêmicos do Sossego como segunda porta-bandeira ao lado de Jhonny Matos e Leonardo, respectivamente. Em 2019, estive ao lado de Raphael Nascimento, com o segundo pavilhão da Unidos da Ponte.

O município de Maricá tinha um dos melhores carnavais do interior do Rio, porém há anos não tinha carnaval. Em 2018 a prefeitura da cidade estava com um movimento para retornar com o carnaval para 2019. O mestre sala e amigo Wanderson Sodré, quem defendeu a tradição de Maricá em seus últimos de carnaval, me convidou para juntos retornarmos com a agremiação. Mas infelizmente até agora não foi resolvido essa questão do carnaval da cidade de Maricá, mas caso o carnaval aconteça, Wanderson e eu, juntos defenderemos o pavilhão da Tradição de Maricá.

Em 2020 desfilo em GRES Mocidade Serrana em Serra Espírito Santo, no dia 13/02; no GRES Santa Terezinha em Muriaé, MG, no dia 15/02; no GRES Souza Soares em Niterói, no dia 25/02; no GRES Acadêmicos do Dendê na Intendente Magalhães, no dia 29/02.

Eu não frequentei escola de mestre-sala e porta-bandeira, aprendi assistindo pessoas que admiro e com dicas de amigos. Comecei a arte da dança de mestre-sala e porta-bandeira tarde, e consegui entender sua essência, não sou uma porta-bandeira com dança de bailarina, mas minha dança leva emoção e muita garra

É uma trajetória curta, de muito aprendizado, tropeços, retornos, decepção, amizades, mas muito, muito amor à arte! Recebi, recentemente, um convite do GRES Acadêmicos do Dendê para portar o primeiro pavilhão da agremiação. Fiquei muito feliz e honrada com isto!

Agradeço a Deus por tudo, e sempre sou positiva, porque o negativo não é legal.

É muito gratificante quando você recebe um sorriso, um olhar, um gesto de felicidade de alguém que te vê dançar.

Falo comigo todos os dias, a dança é movimento, é um constante aprendizado, nunca sabemos de tudo, todos os dias estamos nos renovando.

Então, vamos dançar?

Abraços sambistas!

Comentários

 




    gl