Claudio Francioni. Foto: Nicolas Renato Photography

Claudio Francioni

Carioca, apaixonado por música. Em relação ao assunto, estuda, pesquisa e bisbilhota tudo que está ao seu alcance. Foi professor da Oficina de Ritmos do Núcleo de Cultura Popular da UERJ, diretor de bateria e é músico amador, já tendo participado de diversas bandas tocando contrabaixo, percussão ou cantando.

Crítica: segunda noite do Rock in Rio

Época de Rock in Rio é sempre a mesma coisa: chatos saem dos bueiros com aquele papo vazio de “fulano não deveria estar no Rock in Rio pq não é rock”, esquecendo que o festival já nasceu marcado pela diversidade. Mas já que eles estão por aí, então toma rock, seu mala. Hard rock, emocore, pop punk, pós-grunge. A segunda noite teve rock pra vários gostos e aliviou os ouvidos de quem sobreviveu à véspera.

No palco secundário, o Whitesnake se saiu bem melhor do que nas últimas aparições burocráticas na cidade. Coverdale tá velho, baixou tom, não tem a mesma porrada na voz, mas que repertório e que execução! “Love Ain’t no Stranger”, “Is This Love”, “Slide It In” são hinos que nem o som estranhamente baixo do Sunset conseguiu atrapalhar. Pouco antes, o que restou dos Titãs fez um show morno. O som estava abafado demais e a voz de Erika Martins, que entrou pra cantar “Flores” e “Lugar Nenhum”, estava inaudível. As outras participações também deram em água. E não compreendo porque uma banda com toneladas de sucessos nas costas prefere tocar canções de outros artistas num show de uma hora. Amo Titãs, mas quem viu, viu…

No palco principal, a excelente ideia de juntar CPM22/Raimundos deu caldo! Esquece a voz de Digão e Badauí. Foi uma porrada! A história que o Raimundos escreveu no rock nacional é digna de um grande momento como o de ontem. E o CPM, embora não me agrade tanto, também construiu uma estrada bem legal.

O Tenacious D já entrou pra história desta edição. Os performáticos Jack Black e Kyle Gass encabeçaram um show divertidíssimo, com uma ótima banda e um repertório muito bom! Gaiatices também marcaram a apresentação, como uma briga simulada entre a dupla e um castelo fálico no fundo do palco. A participação do fenômeno digital Júnior Groovador trouxe ao show do TD o espírito brasileiro, numa espécie de zaralho criativo.

O Weezer foi outra boa atração da noite. Além de alguns de seus sucessos, os nerds californianos trouxeram vários covers, gravados num álbum lançado no início desse ano. Apesar da limitação vocal de Rivers Cuomo, foi legal ouvir “Africa”, do Toto, em um Rock in Rio. Aliás, que tal a campanha #TotonoRiR2021?

Por fim, o Foo Fighters em mais um grande show. Lugar comum. A galera de Dave Grohl é fortíssima sobre o palco. Vigor, entrega e vários hits acompanhados por uma multidão de fãs. Depois de 18 anos, os americanos voltam ao festival, agora como atração principal em uma noite. Justíssimo. Merecido por tudo que a banda fez nesse tempo de estrada. Não acho o Foo Fighters nenhuma maravilha como muitos os vêem, mas é inegável a qualidade no trabalho. Dave é excelente no comando da banda e alguns de seus sucessos alternados com homenagens a outras lendas como Stones, Queen ou Beatles funcionaram muito bem.

Viu? Eu não falei que o festival melhoraria a partir do segundo dia?

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