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Como buscar a sincronia entre harmonia e evolução, por Célia Souto

Acadêmicos da Grande Rio 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

Acadêmicos da Grande Rio 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

Desde os primórdios da humanidade o canto e a dança sempre foram elementos essenciais para despertar emoção, empatia, entusiasmo, vibração e euforia nas manifestações festivas. E, é claro, não poderia ser diferente no que diz respeito ao nosso tão prestigiado Carnaval.

Sendo assim, falando em harmonia, não poderíamos descartar as características do entrosamento entre ritmo, canto e dança. E, na realidade, começam a ser trabalhados, elaborados e desenvolvidos muito antes da apresentação final.

É do conhecimento geral que a imprevisibilidade dos quesitos harmonia e evolução sempre foi um elemento surpresa. Podemos ter um samba previamente considerado o favorito e, ainda assim, acontecer que, ao final, o resultado desejado não seja o melhor.

O contrário também pode acontecer em relação a um outro samba que não estava na lista dos favoritos nos surpreender satisfatoriamente. Essa é uma magia difícil de ser traduzida em palavras quando estamos falando da arte, de se apresentar no tempo real, único e sem retoques. Nesse caso, seria emoção do momento, ela que sempre nos surpreende quando o assunto é o Carnaval.

No entanto, ainda assim, alguns elementos de construção da fase inicial poderão contribuir, ao meu ver, para um resultado mais unânime e estável em relação ao resultado final do desfile. Destaco, entre eles: condução e base harmônica, cadências, ritmo, melodia, palavras devidamente equilibradas para viabilizar a dicção de forma a transmitir clareza no canto, tonalidade, intervalos melódicos confortáveis para a audição e interpretação e afinação entre instrumentos e vozes.

Agregando na medida do possível essas características a indumentárias e acessórios confortáveis, que transmitam fluidez, poderá ser possível facilitar o movimento e a expressão corporal na dança, de tal forma, que o resultado final seja visualmente equilibrado, compreensivo e bem definido entre as alas e no contexto total.

Esses detalhes poderão nos levar a visualizar que o resultado final seja semelhante a um rio de imagem, cor e som que passa pela Avenida fluindo e contagiando a todos.

Componentes e público podem, então, interagir com empatia, sentindo a vibração do momento, estando presente de corpo e alma para a assistir, apreciar e aplaudir o encanto que é apresentação de todas as escolas de samba do nosso Carnaval.

Célia Andrea Souto é professora de piano e musicalização. Formada em licenciatura em Música pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, no Carnaval, desenvolveu um trabalho julgando o quesito harmonia, no Rio de Janeiro, durante 25 anos.

Crédito das fotos: Juliana Dias – SRzd
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do portal SRzd

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