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‘Alô, Base’ confirma o que todos já sabiam: Lulu é inigualável

Não há discussão. Ninguém faz música pop neste país como Luis Maurício. Já estive em muitos shows seus, mas não me lembro de um setlist que contemplasse tantos sucessos quanto este.

Pra começo de conversa, um Vivo Rio abarrotado, com ingressos esgotados e uma dificuldade monstruosa para se achar uma vaga. Suco de Rio de Janeiro. Lá dentro, assim que cai o pano, percebe-se que o cenário é exatamente o mesmo usado nas duas turnês anteriores, ‘Canta Lulu!’ e ‘Pra Sempre’. A diferença veio no repertório. Apenas duas canções mais recentes em meio a uma enxurrada de clássicos. Desde a abertura com o já tradicional Medley Toda Forma de Amor/Um Certo Alguém/O Último Romântico até o final com Casa, Lulu falou pouquíssimo entre as músicas, como se poupasse tempo para caber mais hits. Hit, aliás, é uma das duas mais recentes que apareceram no roteiro. A outra é Hoje em Dia, canção composta para seu marido, Clebson. O único estranhamento foi a ausência de Tão Bem, que dificilmente fica fora do repertório, mas dessa vez rodou. Se abrisse mão de algumas bases eletrônicas usadas para criar um clima na entrada de algumas músicas, caberiam mais umas duas, mas ele pode tudo. Pode inclusive baixar o tom de algumas canções para não castigar sua voz por duas longas noites seguidas, o que dificultou bastante a minha tarefa de cantar junto.

O apoio da banda formada por Sergio Mello (bateria) Hiroshi Mizutani (teclado), Tavinho Menezes (guitarra e slide), Jorge Ailton (baixo) e Robson Sá (vocais) é impecável. Os dois últimos ainda formam com Lulu um ótimo trio de frente, o acompanhando inclusive em várias pequenas coreografias.

A atual turnê é uma celebração aos 40 anos de carreira solo do cantor. São quatro décadas de total domínio e consciência de como atingir ao grande público através de sua arte. Não importa idade, classe social ou preferência política. Ninguém é imune a Lulu Santos. Sua música é carregada de bom gosto, seja nas melodias, harmonias ou arranjos. Suas letras falam coisas que todos precisam ouvir, tudo na medida certa. Não é rebuscado nem é raso. Pensem em frases como ‘consideramos justa toda forma de amor’, ‘vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos permitir’ ou ‘tolice é viver a vida assim sem aventura’. É um exagero de #ficaadica.

Lulu é superlativo e necessário. É uma máquina de traduzir sentimentos de, pelo menos, umas três gerações. Um potente amplificador de tudo o que muita gente boa pensa. Não sei se duas horas de Lulu seriam para todo o mal a cura, mas que fazem um bem danado, não há dúvidas!

 

Claudio Francioni

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Claudio Francioni
Tags: Lulu SantosRio de Janeiroshow

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