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A Praça XI não é mais imortal – Por Cadu Zugliani

Desde o começo, no finalzinho da década de 90, quando decidi enveredar pelos caminhos nada fáceis da composição de um samba-enredo, escutava de amigos próximos: “samba?? isso ainda existe??”. Ou “você não acha isso meio exótico??”. Sempre me orgulhei de tentar mostrar para eles o quanto estavam equivocados. Mas esta luta seria muito mais difícil do que eu pensava. A cada dia nós, amantes do samba, perdemos mais uma batalha. Acreditem, o nosso pior inimigo é o fogo amigo. São vergonhosas viradas de mesa organizadas por quem deveria nos mostrar os caminhos. Escolas de SAMBA escolhendo saídas “geniais” que nos afastam das nossas origens raízes mas, não era o fundo do poço, meus amigos. Chegou a vez de um tiro no pé dado por uma Bazuca. A escola que, um dia, ousou contestar os que escondiam gente bamba, agora, na busca desesperada pela manutenção no Grupo Especial, abre mão de sua maior força histórica, o samba-enredo. Logo ele, o glorioso Império Serrano, uma das últimas bandeiras da nossa parca moralidade medida em compassos. O Império de Mano Décio, Beto sem Braço, Arlindo Cruz se entrega ao #valetudopranaocair. Depois de um Carnaval com 197 sambas encomendados, o que nós, compositores, podemos esperar a seguir??

Vamos realmente viver de passado e dar razão aos meus amigos… o Samba morreu.

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