O que esperar das baterias do Grupo de Acesso em 2020

Desfile Renascer de Jacarepaguá 2019. Foto: Juliana Dias/SRzd

O SRzd conversou com os Mestres e entendeu a proposta de trabalho de cada bateria do Grupo de Acesso para o carnaval 2020.

ACADÊMICOS DE VIGÁRIO GERAL

Mestre Luygui faz sua estreia na Sapucaí e promete um desfile de alto nível. Sua bateria virá com 200 ritmistas e contará com quatro atabaques, que serão usados em um momento próximo ao “paradão”. Ainda haverá duas outras bossas: uma antes do refrão e outra na caída de segunda. A Bateria Swing Puro ainda trará uma ala de frigideiras e virá com um andamento mais pra frente, com uma pegada firme e animada. O Mestre promete um andamento em torno de 146. Boa sorte em seu primeiro desfile como Mestre, Luygui!

ACADÊMICOS DA ROCINHA

A Bateria Ritmo Avassalador virá para a Sapucaí com 230 ritmistas. Mestre Júnior, que talvez seja o mais ousado do carnaval, apresentará quatro bossas em partes diferentes do samba para que não seja surpreendido pela harmonia da escola e consiga se apresentar independente do trecho que passar em frente ao julgador. O naipe de marcações é muito especial por ser todo da casa. Todo ano é feito um trabalho com a escolinha pra poder contar com, cada vez mais, ritmistas formados pela Escola. Pode-se esperar uma bateria bem afinada, com muita criatividade nos surdos, sem correria e com bossas criativas.

UNIDOS DA PONTE

Mestre Vitinho virá com 220 ritmistas. A novidade da bateria Ritmo Meritiense será uma ala de repique mor, que fará uma subida no estilo de “salsa”. Serão três bossas e as apresentações aos julgadores serão feitas de frente para os mesmos, pois o Mestre considera que há uma similaridade com uma apresentação teatral, não só para a cabine mas para o público também. Vitinho quer um ritmo com identidade, com uma caída de segunda diferente, com bossas criativas e dentro da melodia do samba. A afinação dos surdos será pesada, com uma ala de tamborim muito forte, desenhos complexos e ótimos ritmistas.

UNIDOS DO PORTO DA PEDRA

Mestre Pablo, com toda sua irreverência, continua seguindo a mesma filosofia de trabalho: uma bateria com um andamento pra frente, um ritmo coeso que bote o povo pra sambar. A bateria difere-se das demais por ter uma ala de chocalho dentro da cozinha (entre as caixas, repiques e terceiras), dando sustentação, preenchendo e dando swing ao ritmo na segunda do samba. A Bateria Ritmo Feroz promete transmitir alegria ao público e muita diversão dos ritmistas. Serão duas bossas, uma delas será em uma caída de segunda. Pablo prefere pensar fora da caixa, sair do comum das demais baterias. E a pergunta que não quer calar: Qual será a fantasia do Mestre?

ACADÊMICOS DO CUBANGO

A Bateria Ritmo Folgado trará 230 ritmistas que apresentarão três bossas. Em uma delas haverá uma coreografia abordando o “punho cerrado”, junto com a letra do samba. As paradinhas terão impacto e precisão. Mestre Demétrius mudou os tamanhos dos surdos de terceira, passando de 18” para 20”, o objetivo é buscar uma melhor sonoridade e uma afinação mais precisa. Ajudada por um ótimo samba, é uma das baterias mais esperadas do grupo de acesso. Com fala calma e lenta, Demétrius promete um desfile de alto nível.

RENASCER DE JACAREPAGUÁ

A Bateria Guerreira foi uma das primeiras a iniciar a temporada de ensaios, sempre com presença maciça dos seus 250 ritmistas. Foi feito um trabalho focado na alta performance de todos os naipes, com o principal objetivo de tocar “samba de enredo” de verdade. Mestre Junior Sampaio quer uma bateria bem equalizada, bem timbrada e com cada instrumento no seu lugar, apostando em caixas, repiques e tamborim com afinações bem definidas. Serão quatro bossas, sendo duas com referências do passado mas com um toque de modernidade e duas com maior ousadia, sem ferir a melodia e a métrica do samba. Em seu segundo ano como Mestre, agora com um ano inteiro de trabalho, Sampaio terá um grande desafio de confirmar ou superar a belíssima apresentação do ano anterior.

IMPÉRIO SERRANO

A Sinfônica do Samba desfilará com 260 ritmistas. De longe já se sabe quem está vindo, com os tradicionais agogôs de frases marcantes, as caixas bem graves e as terceiras com toques particulares. Neste ano, optou-se pela simplicidade nas quatro bossas com características do Mestre Gilmar, perguntas e respostas rápidas e todos os instrumentos participando. Serão dez terceiras executando desenhos e oito terceiras fazendo a base, com o toque que só a bateria do Império Serrano possui. A escolinha de ritmo forma muitos ritmistas e o Mestre se orgulha muito disso. Após um ano com um samba complexo, por não ser de enredo, a Escola vem com uma obra melodiosa e fechada com a bateria. Essa união deve ser um dos pontos altos do desfile.

ACADÊMICOS DO SOSSEGO

A Bateria Swing da Batalha está sob o comando do Mestre Laion pelo segundo ano e promete bossas firmes, dentro da proposta do enredo, com coreografia, ousadia e inovação. Os 230 ritmistas contarão com a ajuda de um cortejo do maracatu e instrumentos como: tambor de vinte, mineiro, gonguê e alfaia, indo de encontro ao tema da Escola, “Os Tambores de Olokun”. As bossas são ousadas mas muito técnicas, em busca da pontuação máxima. São duas paradinhas de impacto na melodia do samba e variações de pergunta e resposta, uma em ritmo de maracatu com os tambores do cortejo e uma afro, com coreografia usando um personagem cenográfico. Neste ano, Mestre Laion trabalhou para um andamento mais para trás, com ritmo e toque de caixa bem definidos.

INOCENTES DE BELFORD ROXO

Washington está indo para o seu décimo primeiro ano na frente da Cadência da Baixada e é o Mestre mais antigo no grupo. Esse ano foi feito um trabalho para aproveitar o alegre samba da Escola. As bossas possuem características do Mestre, com destaque para a “We Will Rock You”, onde a bateria faz uma batida idêntica ao famoso clássico do Queen. As paradinhas contam com variações do surdo de terceira e toques dos instrumentos dentro da melodia do samba. Mestre Washington conta com uma das melhores alas de tamborim do Rio de janeiro, com ritmistas gabaritados e desenho muito bem feito. Outro destaque é a afinação dos instrumentos, uniforme em todos os surdos.

ACADÊMICOS DE SANTA CRUZ

Mestre Riquinho focou o trabalho no ritmo, na afinação dos surdos e no andamento da Bateria Tabajara. Em toda passada do samba haverá uma “brincadeira” muito interessante dos surdos com os tamborins, chocalhos e agogôs. No refrão do meio será executado um forró, aproveitando o enredo (Cidade de Barbalha) que deve fazer a Sapucaí levantar, apoiada por um belo samba. Em seu sexto ano na frente da Bateria, será apresentada uma interação específica com os tamborins, agogôs e chocalhos, dentro da melodia do samba. A cada ano que passa a bateria da Santa Cruz evolui e amadurece.

IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE

A Swing da Leopoldina do Mestre Lolo está cada vez mais consolidada entre as melhores baterias do carnaval do Rio de Janeiro. Com um andamento um pouco mais pra trás do que o normal, que neste ano deverá oscilar entre 140 e 142 bpm, a bateria apresentará três bossas e a que mais se destaca é na parte do samba que diz “quem dera que a vida fosse assim”. Com um samba antológico, as bossas são dentro da melodia e métrica do samba, característica marcante de Lolo. Foi mantida a ideia do ano anterior, onde surdos de maiores polegadas foram utilizados para a primeira marcação, em busca de grave na afinação.

UNIDOS DE PADRE MIGUEL

Com o peso da nota 40 de 2019, a bateria da Unidos de Padre Miguel entra na avenida para manter ou melhorar o nível do ano anterior. Mestre Dinho virá com 250 ritmistas, com uma diretoria experiente e prometendo um andamento firme e coeso. A ideia é trazer “alegria nos punhos” sem fazer firula. A bateria contará com um reforço do naipe de timbal e uma melhor definição do toque da terceira. Apresentará ainda quatro bossas, com destaque na convenção da cabeça, onde há interação entre todos os instrumentos. Não pode faltar a paradinha “sete”, que já está virando característica sempre presente no trabalho do Mestre Dinho. A Bateria Guerreiros da Unidos virá com um naipe de caixas de 12” fazendo o partido alto e as caixas de 14” fazendo a batida rala coco somando ao ritmo da cozinha. A evolução no trabalho é notória a cada ano que passa.

IMPÉRIO DA TIJUCA

A Sinfonia Imperial virá com 240 ritmistas, 14 diretores e com proposta de sempre formar novos ritmistas. Mestre Jordan apresentará três bossas e uma subida de três diferenciada, com tudo encaixado na melodia para valorizar ainda mais o samba. A bossa de maior impacto vai do refrão até a cabeça do samba. A proposta da bateria é um ritmo firme e sem correria. Mesmo diante de muitas dificuldades, a Sinfonia vem fazendo um bom trabalho e evoluindo a cada ano. Em busca da nota máxima, Mestre Jordan, em seu primeiro ano sozinho à frente da bateria, tem o desafio de encerrar o desfile do Grupo de Acesso, apoiado por um samba animado.




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