Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

“X-Men: Fênix Negra” não supera os outros filmes da franquia

“X-Men: Fênix Negra” é a principal estreia desta quinta-feira, dia 06 (Foto: Divulgação).

Há três anos, a britânica Sophie Turner assumiu a responsabilidade de interpretar a mutante Jean Grey, outrora pertencente à Famke Janssen, nos cinemas com “X-Men: Apocalipse” (X-Men: Apocalypse – 2016), de Bryan Singer. Agora, a atriz volta à personagem para contar sua história pregressa em “X-Men: Fênix Negra” (X-Men: Dark Phoenix – 2019), principal estreia desta quinta-feira, dia 06.

 

Marcando a estreia de Simon Kinberg na direção de longas-metragens, “X-Men: Fênix Negra” começa em 1975, mostrando como Jean Grey (Summer Fontana na infância / Turner na fase adulta) foi parar na escola de Charles Xavier (James McAvoy). Os anos passam e a jovem mutante tem de encarar uma arriscada missão para salvar os astronautas da Endeavour, que ficaram à deriva no espaço, em 1992. E é durante a missão que Jean recebe uma carga altíssima de energia que a transforma numa mutante extremamente poderosa. Isto ocorre no momento em que ela é obrigada a lidar com traumas de infância que a desestabilizam emocionalmente a ponto de torná-la uma ameaça à população.

 

Primando pelos efeitos visuais e sonoros que lhe agregam bastante valor, “X-Men: Fênix Negra” tem na ação sua grande aposta. Desta forma, o roteiro assinado por Kinberg, produtor e roteirista de outros longas da franquia, desenvolve o drama de Jean e dos X-Men de maneira superficial em prol da ação desenfreada, oferecendo sequências vigorosas capazes de tirar o fôlego do espectador, dentre elas, a do embate entre Jean e Erik Lehnsherr / Magneto (Michael Fassbender).

 

Jessica Chastain e Sophie Turner em cena (Foto: Divulgação).

 

“X-Men: Fênix Negra” ganha pontos ao apresentar um elenco integrado entre si e seus respectivos personagens. É um trabalho de equipe honesto no qual os atores respeitam uns aos outros. Apesar disso, não há respeito de Kinberg, enquanto realizador, para com determinados atores e seus respectivos personagens, sobretudo Alexandra Shipp (Ororo Munroe / Tempestade) e Evan Peters (Peter Maximoff / Mercúrio), que sai de cena sem nenhuma explicação condizente com a trama proposta. Isto também pode ser observado em relação à Jessica Chastain (Vuk), que compõe sua personagem apostando em caras e bocas para disfarçar as falhas do roteiro que não explora as motivações da vilã com afinco, tornando-a extremamente artificial.

 

Sendo assim, os destaques positivos do elenco são Fassbender, Turner e McAvoy. Em seu terceiro longa-metragem como Magneto, Fassbender envereda pelo desejo de vingança oriundo da dor da perda, utilizando-o como combustível para a sua explosão em cena; enquanto Turner compõe Jean equilibrando suas dores, fraquezas e lealdade para transmitir certa imaturidade de uma jovem em busca de autoconhecimento; e McAvoy (Professor Xavier) trabalha o sentimento de culpa advindo dos erros do passado.

 

Assim como tantos outros títulos produzidos pela Marvel, o novo filme protagonizado pelos personagens criados por Stan Lee e Jack Kirby no início dos anos de 1960 busca transmitir a mensagem sobre a importância da família, seja ela biológica ou não, enquanto base para o indivíduo. Devido à sua trama problemática que não aprofunda de fato o drama em prol da ação, conforme dito anteriormente, “X-Men: Fênix Negra” não consegue superar seus antecessores. Mesmo assim, conclui com certa dignidade a saga iniciada com “X-Men: Primeira Classe” (X-Men: First Class – 2011), de Matthew Vaughn.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

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