Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Wasp Network: Rede de Espiões’ perde nos quesitos conteúdo e emoção

“Wasp Network: Rede de Espiões” já está disponível no catálogo da Netflix (Foto: Divulgação / Crédito: RT Features).

No final da década de 1950, Fidel Castro ascendeu ao poder e instituiu em Cuba um governo ditatorial que, com o passar dos anos e o embargo econômico americano que começou na Crise dos Mísseis, colocou o povo numa situação difícil não apenas pelo controle do Estado, mas também pela pobreza e fome. Neste cenário, muitos cubanos se arriscaram em travessias rumo aos Estados Unidos, buscando o sonho de uma vida melhor e criando comunidades, sobretudo na Flórida.

 

“Wasp Network: Rede de Espiões” é produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira (Foto: Divulgação / Crédito: RT Features).

Contrários ao regime de Castro, alguns cubanos integraram grupos para desestabilizá-lo, inclusive orquestrando ataques terroristas à ilha. Porém, entre os grupos havia espiões que formavam a “Rede Vespa”. Esta história foi contada no livro “Os Últimos Soldados da Guerra Fria: A História dos Agentes Secretos Infiltrados por Cuba em Organizações de Extrema Direita dos Estados Unidos”, de Fernando Morais, que inspirou “Wasp Network: Rede de Espiões” (Wasp Network – 2019), disponível desde a última sexta-feira, dia 19, no catálogo da Netflix.

 

Indicado ao Leão de Ouro na última edição do Festival de Veneza, “Wasp Network: Rede de Espiões” mostra a trajetória de cinco agentes secretos cubanos que foram presos e condenados nos Estados Unidos, nos anos 1990, por espionagem e assassinato, dando mais espaço a René González (Edgar Ramírez) e Juan Pablo Roque (Wagner Moura).

 

Produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira, o longa começa mostrando a suposta fuga de González para seu país natal, os Estados Unidos, abandonando esposa e filha, o que, num primeiro momento, lhe rendeu o rótulo de traidor de Cuba. Aos poucos, a trama se desenvolve de maneira a apresentar os personagens principais sem julgar suas ações, concedendo-lhes certa ambiguidade, algo trabalhado a contento pelo elenco, sobretudo por Ramírez, Moura, Ana de Armas (Ana Margarita Martinez) e Penélope Cruz (Olga Salanueva), apesar do pouco material que lhes foi entregue.

 

Com uma montagem incapaz de explorar e “ligar” os pontos das subtramas, “Wasp Network: Rede de Espiões” tenta ser uma produção de cunho sociopolítico, porém a opção do francês Olivier Assayas, diretor e roteirista, em permanecer na superfície acaba por enfraquecer o seu resultado final. Com isso, o longa, produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira, mantém a atmosfera de thriller de ação, mas perde nos quesitos conteúdo e emoção.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

Comentários

 




    gl