Dirigido por Rob Diamond, o drama familiar “Vidas que se Encontram” (Our Father’s Keeper – 2020), adicionado recentemente às plataformas digitais, promete apresentar ao espectador uma trama sobre fé, reconciliação e união utilizando como fio condutor a doença degenerativa do patriarca.
“Vidas que se Encontram” conta a história de David Roberts (Craig Lindquist), homem diagnosticado precocemente com Mal de Alzheimer, no auge da carreira. Com o avanço da doença, David é obrigado a se afastar do trabalho, o que modifica toda a rotina e estrutura de sua família, principalmente pelo fato de sua esposa, Janice (Tara Berrett), precisar voltar ao mercado do trabalho, deixando o filho problemático, Jacob (Derek Boone), como responsável pelo pai, que conhece uma jovem sem-teto durante fuga na véspera do Dia de Ação de Graças.
Assumindo roupagem de telefilme, “Vidas que se Encontram” é uma produção simplória na forma e no conteúdo, mas que tenta envolver o espectador pela sutileza com a qual desenvolve sua trama. O problema é que o roteiro de Chris Dallimore é bastante previsível e apela constantemente para os clichês inerentes ao gênero. Isto pode ser observado com mais afinco por meio da dinâmica entre os personagens de Lindquist e Boone, que remete à de Jack Lemmon e Ted Danson em “Meu Pai, Uma Lição de Vida” (Dad – 1989), no que tange ao filho indiferente à família que muda seu modo de vida ao ser confrontado pelo medo da perda de seu progenitor. No entanto, sem o mesmo apuro na construção do relacionamento entre pai e filho encontrado no filme de Gary David Goldberg.
Com produção executiva de Kyler Steven Fisher, que interpreta Matthew, o filho centrado e responsável, o longa não aprofunda a trama principal nem as secundárias, impedindo maior envolvimento do público com a história, principalmente com a chegada de Christine (Shayla McCaffrey) à vida de David, no terceiro ato. Vivendo nas ruas, a adolescente cria um laço com seu novo amigo, expondo a necessidade de ter não apenas um teto, mas uma família como porto seguro.
Utilizando a trilha sonora para conceder leveza à sua trama, “Vidas que se Encontram” é um título despretensioso cuja história carece de lapidação, mas que, apesar de suas fragilidades, inclusive em termos de atuação, funciona por levar o espectador à reflexão acerca da importância da relação familiar para o bem-estar do indivíduo.
Assista ao trailer oficial legendado:
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