Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Toy Story 4’: diversão na medida certa para todas as idades

“Toy Story 4″ é uma das apostas da Disney na temporada de premiações (Foto: Divulgação).

Indicado ao Oscar de melhor filme e primeira animação a ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em bilheterias mundiais, “Toy Story 3” (Idem – 2010) partiu o coração de cinéfilos de todas as idades ao mostrar a separação de Andy (voz de John Morris) de seus brinquedos, principalmente de Woody (voz de Tom Hanks). O final melancólico deixou no ar uma pergunta: Bonnie (voz de Emily Hahn) será capaz de cuidar da turma de Woody e Buzz Lightyear (voz de Tim Allen) com o mesmo carinho de Andy? A resposta chega nove anos depois com “Toy Story 4” (Idem – 2019), que entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 20.

 

Marcando a estreia de Josh Cooley na direção de longas-metragens, “Toy Story 4” começa nove antes de Andy doar seus brinquedos a Bonnie, lembrando de como o menino era zeloso com seus “melhores amigos”. Já sob os cuidados de Bonnie, a turminha para lá de unida sofre ao perceber que Woody tem sido esquecido com frequência nas brincadeiras. Tentando recuperar a atenção da menina, Woody a acompanha ao colégio no primeiro dia de aula, ajudando-a, sem ser notado, a criar o Garfinho (voz de Tony Hale), que foge durante uma viagem da família e obriga o velho caubói a resgatá-lo. E é durante a missão de resgate que Woody reencontra seu antigo amor, Bo Peep (voz de Annie Potts), Beth na versão brasileira, que embarca numa nova aventura cuja vilã é Gabby Gabby (voz de Christina Hendricks).

 

Garfinho é o novo integrante da turma do caubói Woody (Foto: Divulgação).

 

Misturando elementos de outras produções do estúdio do Mickey e também de clássicos como “O Iluminado” (The Shining – 1980), “Toy Story 4” é, sem dúvida alguma, o filme mais divertido da franquia iniciada em 1995 com “Toy Story” (Idem – 1995). No entanto, este novo longa tem em “Divertida Mente” (Inside Out – 2015) sua maior fonte de inspiração no que tange à comédia e à relação de Woody com Garfinho, que em diversos momentos remete à de Alegria (voz de Amy Poehler) e Tristeza (voz de Phyllis Smith) na animação vencedora do Oscar e roteirizada por Cooley, ao lado de Pete Docter e Meg LeFauve. É um humor de ritmo ágil calcado em diálogos simples e de fácil entendimento, algo imprescindível para a fatia infantil do público.

 

Tal qual o já citado “Divertida Mente”, “Toy Story 4” aborda as consequências da mudança de interesses do indivíduo, no caso, Bonnie, advinda de seu processo de crescimento e também de fatores externos. Basta observarmos a relação da menina com Jessie (voz de Joan Cusack), que ocupa no quarto de Bonnie o posto outrora pertencente a Woody no quarto de Andy, inclusive com a estrela de Xerife em sua roupa. É uma maneira de dizer às meninas da plateia que elas podem ocupar posições de liderança, algo que também fica claro na nova realidade de Bo Peep, boneca destemida que preza por sua liberdade e se orgulha de sua força num mundo pós-abandono.

 

Mantendo o padrão de qualidade técnica instituído pela Disney / Pixar, “Toy Story 4” tem no roteiro seu maior trunfo, pois a trama é desenvolvida com muito esmero para transmitir aos baixinhos uma mensagem não apenas sobre amor e amizade verdadeiros, como também de lealdade para com os seus e importância de encontrar o seu lugar no mundo para ser feliz. E tudo isso numa trama sobre autodescoberta e recheada de humor, que funciona em grande parte graças à dinâmica do time de dubladores que agrega valor imensurável a este longa, permitindo que ele conquiste a plateia em poucos minutos. É um trabalho digno de aplausos, inclusive em sua versão dublada.

 

* “Toy Story 4” tem cenas durante os créditos.

 

Assista ao trailer oficial dublado:

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