Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘A Torre Negra’: falta vigor

O talento e carisma de Idris Elba (Roland) e Matthew McConaughey (Walter) são os alicerces deste longa (Foto: Divulgação).

Baseado na série literária homônima de Stephen King, “A Torre Negra” (The Dark Tower – 2017) entra em cartaz nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 24, tendo como principais alicerces o talento e o carisma de seus protagonistas, Idris Elba (Roland) e Matthew McConaughey (Walter).

 

“A Torre Negra” conta a história de Jake (Tom Taylor), menino nova-iorquino que tem um poder especial, mas que é considerado por familiares e colegas de colégio um indivíduo que sofre de problemas psiquiátricos, especialmente por não ter superado a morte do pai. Com sonhos estranhos transformados por ele em desenhos elaborados e enigmáticos, Jake chama a atenção do grupo liderado pelo feiticeiro Walter, que deseja destruir a Torre Negra e controlar um mundo repleto de monstros e criaturas malignas. Fugindo dos asseclas de Walter, Jake acaba no Mundo Médio, onde conhece Roland, último de uma linhagem de pistoleiros designados para proteger a Torre Negra. Juntos, tentam impedir Walter de concluir seu plano de poder.

 

Roland se torna a figura paterna de Jake (Tom Taylor), menino que é caçado pelo grupo de Walter (Foto: Divulgação).

 

Sob a direção de Nikolaj Arcel, o longa aposta no drama de Jake em relação à ausência do pai em detrimento da mitologia criada por King em seus livros. Com isso, há grande ênfase no relacionamento do adolescente com Roland, que assume a figura paterna em diversos momentos, protegendo-o e orientando-o para que ele não se deixe influenciar pela magia de Walter, o Homem de Preto. Porém, tudo isso é mostrado de forma um tanto preguiçosa, pois não há emoção nem profundidade no roteiro assinado por Arcel, Akiva Goldsman, Jeff Pinkner e Anders Thomas Jensen.

 

Com um roteiro mal desenvolvido, a responsabilidade de conquistar a plateia fica somente sobre os ombros de Idris Elba e Matthew McConaughey. Dois dos grandes nomes do cinema contemporâneo, os atores estão bem em cena e conseguem assimilar as características de seus respectivos personagens, travando uma batalha clássica entre o bem e o mal, movida pelo desejo de vingança de Roland e a sede de poder de Walter.

 

No entanto, apesar da força inegável de Elba em frente às câmeras, o verdadeiro destaque deste elenco é McConaughey. Vencedor do Oscar de melhor ator por “Clube de Compras Dallas” (Dallas Buyers Club – 2013), McConaughey dosa com habilidade cinismo, frieza e o ar de superioridade, construindo o personagem mais interessante deste longa.

 

Orçado em US$ 60 milhões, “A Torre Negra” é tecnicamente precário e não atinge a grandiosidade visual desejada tanto pelo estúdio quanto pelos fãs da obra de Stephen King. No fim das contas, é uma produção de ritmo irregular e sem vigor, que não funciona como drama nem como ação e fantasia.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

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