Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Sob as Escadas de Paris’: o lado pouco explorado da Cidade Luz

“Sob as Escadas de Paris” é dirigido por Claus Drexel (Foto: Divulgação).

Quando se fala em Paris, as imagens que surgem na mente são as da Torre Eiffel e de tantos outros pontos turísticos cuja beleza e glamour são explorados pelo cinema há décadas. Vez ou outra, alguma produção decide fugir dos clichês inerentes à capital que serviu de cenário para inúmeros romances e expor sua face mais dura, como “Os Miseráveis” (Les misérables – 2019, França), de Ladj Ly, e, agora, “Sob as Escadas de Paris” (Sous les étoiles de Paris – 2020, França), em cartaz a partir desta quinta-feira, dia 14.

 

Dirigido por Claus Drexel, o longa mostra uma mulher sem-teto que tenta levar a vida com certa tranquilidade apesar dos inúmeros percalços enfrentados diariamente. Numa noite gelada, Christine (Catherine Frot) conhece o menino Suli (Mahamadou Yaffa), refugiado que se perde da mãe, prestes a ser deportada. Decidida a ajudar o garoto, Christine acaba entrando numa jornada que lhe ajudará a curar seus próprios dramas.

 

Enquanto “Os Miseráveis” aborda a eclosão da violência na periferia de Paris, “Sob as Escadas de Paris” opta por um caminho mais delicado, mas não menos impactante, ao apresentar as dificuldades dos moradores em condições de rua na Cidade Luz. Neste cenário, os imigrantes dominam a cena, expondo problemas sociais ainda mais graves, sobretudo a separação de uma família de refugiados africanos.

 

Guiado pela sensibilidade do olhar de Drexel, que assina o roteiro ao lado de Olivier Brunhes, “Sob as Escadas de Paris” mergulha na questão do preconceito contra imigrantes por meio do pequeno Suli, responsável por abrandar a dor de Christine, dando a ela um propósito no cenário solitário e sem perspectivas imposto pela realidade. É um trabalho emocionante sobretudo pelo jogo cênico da veterana Catherine Frot e do estreante Mahamadou Yaffa, que torna crível a relação entre seus personagens, permitindo que o espectador se envolva com a história mostrada na tela.

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