Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Rocketman’: Taron Egerton surpreende como Elton John

“Rocketman” é protagonizado por Taron Egerton (Foto: Divulgação).

Nascido em 25 de março de 1947, em Middlesex, Inglaterra, Reginald Kenneth Dwight foi um menino tímido que desejava desesperadamente o amor de seus pais, tendo na avó a única figura amorosa da família. E foi a avó quem o incentivou a trilhar o caminho musical, inclusive apoiando o pequeno Reggie (Matthew Illesley / Kit Connor) a tentar uma bolsa na conceituada Royal Academy of Music. Este foi o primeiro passo para uma verdadeira transformação, sobretudo após a escolha do nome artístico, Elton John (Taron Egerton). Isto tudo é mostrado em “Rocketman” (Idem – 2019), a principal estreia desta quinta-feira, dia 30, nos cinemas brasileiros.

 

Fugindo da fórmula convencional de cinebiografias, “Rocketman” tem como objetivo levar às telas o homem por trás do showman, esmiuçando não apenas sua dor, como também a luta contra os seus próprios fantasmas, principalmente do passado, sintetizados nas figuras de seus pais. Desta forma, o espectador é conduzido pelo diretor Dexter Fletcher a uma montanha-russa de emoções que tem na obra do retratado seu alicerce, uma vez que as canções de Elton John são utilizadas como fio condutor de uma trama cuja narrativa tem traços de ópera-rock.

 

Substituto de Bryan Singer na direção de “Bohemian Rhapsody” (Idem – 2018), Fletcher brinda a plateia com um filme denso e repleto de alma, paixão e energia. Ao contrário da cinebiografia de Freddie Mercury, líder do Queen, “Rocketman” não varre para debaixo do tapete os problemas enfrentados por Elton John, da infância ao estrelato, inclusive sua carência afetiva e entrega às drogas e ao álcool que o levaram à reabilitação – o cantor está sóbrio há 28 anos.

 

Jamie Bell (Bernie Taupin) e Taron Egerton (Elton John) em cena de “Rocketman” (Foto: Divulgação).

 

Enquanto “Bohemian Rhapsody” optou pela trama rasa e inconsistente que se apoiou numa atuação calcada num jogo de imitação, a de Rami Malek, vencedor do Oscar de melhor ator deste ano pelo papel de Mercury; “Rocketman” investiu numa história bem amarrada e num protagonista que consegue assimilar as características do retratado, brincando com suas emoções tal qual Elton John brinca com as teclas de seu piano. É um trabalho rico em detalhes que explode na tela grande.

 

Contando com a fotografia eficiente de George Richmond, que exprime as diferentes fases e emoções do protagonista, “Rocketman” também é feliz em condensar a personalidade de Elton John em quesitos como figurino, direção de arte e na recriação de apresentações do cantor nomeado Cavaleiro da Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth II em 1998. No entanto, derrapa um pouco na caracterização de Bryce Dallas Howard (Sheila, mãe de Elton), sobretudo no que tange ao envelhecimento da personagem no terceiro ato.

 

Exibido recentemente no Festival de Cannes, “Rocketman” é uma produção grandiosa, que obtém um resultado correto, sobre o menino tímido que se tornou estrela do rock aos 23 anos, multimilionário aos 25, e conheceu os dois lados da moeda do showbusiness, renascendo das cinzas a partir do momento que resolveu encarar seus vícios e fantasmas. É um acerto de Dexter Fletcher, que já manifestou a vontade de levar às telas a história de outro ícone da musica mundial, Madonna.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

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