Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Os Suburbanos’: a comédia que não faz rir

“Os Suburbanos” é a adaptação da série homônima do Multishow (Foto: Divulgação).

“Os Suburbanos” é dirigido por Luciano Sabino (Foto: Divulgação).

Versão para a tela grande da série homônima exibida pelo canal por assinatura Multishow, “Os Suburbanos” (2022) chega ao circuito comercial nesta quinta-feira (06) prometendo ao público momentos de diversão.

 

Com direção de Luciano Sabino, o longa começa mostrando Jefinho (Rodrigo Sant’Anna) na Ponte Prefeito Mendes de Moraes, popularmente conhecida como Ponte Velha do Galeão, que liga a Ilha do Fundão à Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Prestes a se jogar na Baía de Guanabara, o protagonista quebra a quarta parede para anunciar um flashback contando sua trajetória de piscineiro anônimo a pagodeiro de sucesso.

 

Seguindo a mesma fórmula do seriado que o originou, “Os Suburbanos” apresenta sua história como se tentasse juntar pequenos episódios para compor a trama principal. O problema é que as peças não se encaixam de maneira a permitir a fluidez narrativa, pois têm como objetivo principal explorar a caricatura do subúrbio carioca e seus moradores. Com isso, a produção abusa de estereótipos e situações forçadas que não se sustentam como longa-metragem, perdendo ainda mais força a cada piada, parte delas bastante desrespeitosa com minorias.

 

Mesmo reunindo comediantes de peso da televisão brasileira, “Os Suburbanos” é uma comédia que não faz jus ao gênero no qual se diz inserido, pois não cumpre sua função mais básica: arrancar gargalhadas genuínas da plateia, que tem sua inteligência, bem como honestidade, subestimada pelo próprio protagonista nos minutos iniciais, ainda sobre a Ponte Velha do Galeão. Carente de cuidado e lapidação imprescindíveis na transposição da telinha para a telona, o longa perde a oportunidade de explorar o cerne de sua trama, a trajetória de superação de um homem sem nenhuma perspectiva de futuro que precisa, dentre tantas coisas, vencer para ajudar a pessoa que o acolheu após o abandono materno, apoiando-o mesmo em meio às trapalhadas dignas de esquetes estreladas por Didi Mocó (Renato Aragão), mas sem a comicidade característica de “Os Trapalhões”.

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