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‘Operação Fronteira’: muita ação e pouca história

Anunciado há muitos anos como um projeto que seria dirigido por Kathryn Bigelow, vencedora das estatuetas do Oscar de melhor filme e direção por “Guerra ao Terror” (The Hurt Locker – 2008), “Operação Fronteira” (Triple Frontier – 2019) teve um processo de produção um tanto conturbado e acabou nas mãos de J.C. Chandor, de “O Ano Mais Violento” (A Most Violent Year – 2014), após Bigelow ter assumido o comando de “Detroit em Rebelião” (Detroit – 2017). Produção original Netflix, o longa seguiu os passos de “Roma” (Idem – 2018) no que tange ao seu lançamento, pois ficou poucos dias em cartaz nos Estados Unidos, estreando na plataforma digital na última quarta-feira, dia 13.

 

Longa prioriza ação em detrimento de uma trama consistente (Foto: Divulgação).

Com produção executiva de Bigelow, “Operação Fronteira” mostra um grupo de cinco ex-militares americanos numa missão contra um importante traficante de drogas que se esconde no Brasil, na região da Tríplice Fronteira. O problema é que pela primeira vez os cinco homens não estão a serviço de seu país, mas de seus próprios interesses, pois enfrentam dificuldades financeiras desde o retorno da guerra. E quando a operação não sai conforme o planejado, o grupo se vê numa situação complicada calcada no conflito armado com a quadrilha cujo chefe eles atacaram.

 

“Operação Fronteira” acerta ao apostar em sequências de ação executadas com esmero, bem como numa fotografia que explora a imensidão de cenários distintos em termos de natureza, mas igualmente perigosos. No entanto, o longa negligencia a construção de sua trama, sobretudo por não aprofundar as histórias pregressas de seus protagonistas, algo essencial para a melhor compreensão das diferenças comportamentais de cada um. Desta forma, Ben Affleck (Tom ‘Redfly’ Davis), Oscar Isaac (Santiago ‘Pope’ Garcia), Charlie Hunnam (William ‘Ironhead’ Miller), Garrett Hedlund (Ben Miller) e Pedro Pascal (Francisco ‘Catfish’ Morales) não tiveram material suficiente à disposição para que pudessem construir seus respectivos personagens. Isto se reflete na tela porque todos atuam no modo automático e burocrático.

 

No fim das contas, a opção dos roteiristas Chandor e Mark Boal, antigo colaborador de Bigelow e vencedor do Oscar de filme e roteiro original por “Guerra ao Terror”, de não trabalhar com propriedade o lado humano dos personagens, permanecendo na superfície durante todo o tempo, faz de “Operação Fronteira” um produto de ação pura e simples, apesar de tentar assumir uma roupagem séria inerente aos filmes de guerra.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

Ana Carolina Garcia

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