Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio’ conquista a plateia pela memória afetiva

“O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” entrou em cartaz na última quinta-feira, dia 31, nos cinemas brasileiros (Foto: Divulgação).

Hollywood sofre de grave crise criativa há muitos anos, o que levou os estúdios a uma viagem ao passado para que pudessem garantir o lucro do presente por meio de remakes, reboots e sequências. Nesta quinta-feira, dia 31, mais um fruto desta viagem entra em cartaz: “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” (Terminator: Dark Fate – 2019), sexto filme da franquia criada por James Cameron e Gale Anne Hurd nos anos 1980, iniciada com “O Exterminador do Futuro” (The Terminator – 1984).

 

Dirigido por Tim Miller, de “Deadpool” (Idem – 2016), o novo longa se aproxima mais dos dois primeiros filmes, ignorando os três últimos. Isto se deve à opção dos roteiristas David S. Goyer, Justin Rhodes e Billy Ray de abordar o passado de Sarah Connor (Linda Hamilton) de maneira a apresentá-la como uma mulher que dedica a vida à caça de exterminadores para aplacar a dor do luto. E é neste contexto que Sarah conhece Grace (Mackenzie Davis), uma Aprimorada cuja missão é defender a jovem Dani (Natalia Reyes) do Rev-9, Exterminador da Legião, ameaça mais poderosa que a Skynet.

 

Utilizando o que de melhor a indústria hollywoodiana oferece em termos de tecnologia, proporcionando um espetáculo visual impressionante, “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” peca pelo excesso na trilha sonora e nos efeitos sonoros. Enquanto a trilha incessante luta para conceder grandiosidade onde não há, os efeitos sonoros o aproximam dos títulos da franquia “Transformers” (Idem – iniciada em 2007), pois são desnecessariamente estridentes em 99% do tempo.

 

Arnold Schwarzenegger volta a interpretar um de seus icônicos personagens (Foto: Divulgação).

 

Abordando rapidamente a questão da imigração ilegal, incluindo o muro na fronteira dos Estados Unidos com o México, “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” é um filme carente de conteúdo. Com isso, sua trama não consegue sustentá-lo enquanto longa-metragem no decorrer de pouco mais de duas horas de duração, ganhando força somente quando o velho Exterminador entra em cena, conquistando a plateia pela memória afetiva e com leves toques de humor.

 

No entanto, Arnold Schwarzenegger demora a aparecer, deixando espaço para personagens femininas mostrarem sua capacidade e determinação ao espectador. Tais personagens são defendidas com garra por Davis, Reyes e Hamilton, que volta à franquia 10 anos após uma participação não creditada, como narradora, em “O Exterminador do Futuro: A Salvação” (Terminator Salvation – 2009), de McG.

 

Com produção-executiva de James Cameron, “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” é uma produção sobre vingança e necessidade de preservação da raça humana. No fim das contas, até diverte, mas serve apenas para conceder uma viagem nostálgica ao espectador e, dependendo da bilheteria, abrir caminho para uma nova fase da franquia.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

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