‘Nintendo e Eu’: fase de descobertas

Muito antes de “Super Mario Bros. – O Filme” (The Super Mario Bros. Movie – 2023, EUA / Japão) invadir os cinemas e se tornar fenômeno de público com US$ 888,5 milhões, tornando-se o filme mais lucrativo do ano até a presente data, o personagem e suas aventuras faziam parte da vida de muitas crianças e adolescentes mundo afora. Partindo disso, o cineasta filipino Raya Martin levou às telas um coming-of-age movie que tem essa paixão pelos games como guia de sua trama: “Nintendo e Eu” (Death of Nintendo – 2023, EUA / Filipinas / Singapura).

Ambientado em Manila, capital da Filipinas, “Nintendo e Eu” começa com o adolescente Paolo (Noel Comia Jr.) vidrado no agora clássico “Super Mario 3” enquanto sua cidade é afetada por um terremoto que pode indicar uma erupção vulcânica no futuro próximo. De férias, Paolo tenta aproveitar cada momento com os amigos, Kachi (John Vincent Servilla), Mimaw (Kim Chloie Oquendo) e Gilligan (Jigger Sementilla), quando se interessa por Shiara (Elijah Alejo).

Utilizando a paixão por Nintendo e seus jogos, o longa se desenvolve de maneira a apresentar o processo de amadurecimento dos adolescentes, tendo como trama secundária a importância das mulheres em encontrarem o amor-próprio. Isso pode ser observado tanto na mãe de Mimaw e Gilligan quanto na própria menina, que mostra sua força aos poucos, bem como sua capacidade de realizar os próprios sonhos.

Indicado ao Crystal Bear no Festival de Berlim 2020, “Nintendo e Eu” é uma produção tecnicamente simplória que bebe da fonte do cinema americano dos anos 1980 e 1990 para discutir o valor da amizade numa fase de descobertas e necessidade de afirmação. É um filme leve e agradável que tem nos detalhes suas maiores riquezas.