Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

Michael B. Jordan cobra contratação de negros pela indústria hollywoodiana

Michael B. Jordan em cena de “Creed II” (Foto: Divulgação / Crédito: MGM e Warner Bros.).

Um dos principais nomes da Hollywood contemporânea, o ator e produtor Michael B. Jordan cobrou igualdade na indústria durante manifestação em apoio ao movimento Black Lives Matter no último sábado, dia 06, em Century City, Los Angeles. Lembrando ser um exemplo de inclusão, Jordan afirmou o desejo de investimento em equipes negras, exigindo dos estúdios e agências o comprometimento com a diversidade.

 

“Você (Hollywood) se comprometeu com uma paridade de gênero 50/50 em 2020. Onde está o desafio de se comprometer com a contratação de negros? Conteúdo negro liderado por executivos negros, consultores negros. Você também está policiando nossas histórias? Vamos trazer nossa escuridão para a luz. Cultura negra: tênis, esportes, cultura cômica que vocês tanto amam. Lidamos com a discriminação a cada momento. Você pode ajudar a financiar marcas negras, empresas, líderes culturais, organizações negras?”, disse o ator popularmente conhecido como Adonis Creed, dos spin-off’s da franquia “Rocky” (Idem – iniciada em 1977), e Erik Killmonger, de “Pantera Negra” (Black Panther – 2018).

 

A cobrança feita por Michael B. Jordan na manifestação tem sido discutida nos últimos anos, mas ganha mais espaço durante a temporada de premiações, sobretudo após a divulgação da lista de indicados ao Oscar, composta, em sua maioria, por homens brancos. E se faz necessária, pois, conforme discutido anteriormente, a mudança precisa ocorrer dentro dos estúdios e agências, ainda na concepção dos projetos. Isto remete, mais uma vez, ao discurso de Viola Davis no Emmy 2015: “Na minha mente, eu vejo uma linha. E, além dessa linha, eu vejo campos verdes e belas flores e lindas mulheres brancas com os braços esticados para mim, além dessa linha. Mas eu não vejo como chegar lá. Eu não vejo como ultrapassar essa linha. Essa foi Harriet Tubman, no século XIX. E deixa contar uma coisa para vocês, a única coisa que separa as mulheres negras de qualquer outra pessoa é a oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papeis que não existem. Então, esse prêmio vai para todos os roteiristas, essas pessoas maravilhosas que são Ben Sherwood, Paul Lee, Peter Nowalk e Shonda Rhimes. Pessoas que redefiniram o que significa ser bonita, ser sexy, ser protagonista, ser negra. E também para as Taraji P. Hensons, Kerry Washingtons, Halle Berrys, Nicole Beharies, Meagan Goods, Gabrielle Union. Obrigada por nos levar além dessa linha. Obrigada à Television Academy”, disse Davis, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por “Um Limite Entre Nós” (Fences – 2016).

 

Protestando também contra a brutalidade policial, sobretudo contra o assassinato de George Floyd, que originou a onda de manifestações nos Estados Unidos nas últimas semanas em meio à pandemia de Covid-19, remetendo às do final dos anos 1960, Michael B. Jordan enfatizou a necessidade de a população americana votar – naquele país, o voto não é obrigatório. “Temos que votar. Todo mundo diz que é uma coisa muito fácil de fazer, eu ouço e a respeito, mas votar nunca foi tão importante quanto é hoje”, afirmou o ator.

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