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‘It: Capítulo 2’: Pennywise de volta à Derry

Nesta quinta-feira, dia 05, um dos filmes mais aguardados do ano entra em cartaz nas salas de exibição brasileiras: “It: Capítulo 2” (It Chapter Two – 2019), de Andy Muschietti, responsável também pela direção de “It: A Coisa” (It – 2017), que arrecadou US$ 700 milhões em todo o mundo e se tornou a maior bilheteria da História de uma produção classificada como terror.

 

Baseado no livro “It”, de Stephen King, “It: Capítulo 2” começa em 1989 com os membros do Clube dos Otários fazendo o juramento de matar Pennywise (Bill Skarsgård) caso ele volte a aterrorizar a cidade de Derry. Em seguida, o filme dá um salto de 27 anos para mostrar o reencontro dos Otários – Bill Denbrough (Jaeden Martell / James McAvoy), Beverly Marsh (Sophia Lillis / Jessica Chastain), Richie Tozier (Finn Wolfhard / Bill Hader), Mike Hanlon (Chosen Jacobs / Isaiah Mustafa), Ben Hanscom (Jeremy Ray Taylor / Jay Ryan), Eddie Kaspbrak (Jack Dylan Grazer / James Ransone) e Stanley Uris (Wyatt Oleff / Andy Bean) –, que precisam mergulhar no passado para que possam enfrentar Pennywise no presente e evitar mais mortes.

 

O Clube dos Otários se reúne após 27 anos do primeiro contato com Pennywise (Foto: Divulgação).

 

Com cenas fortes de homofobia e violência doméstica logo em seus primeiros minutos, “It: Capítulo 2” relega o horror ao segundo plano para apostar mais no drama de adultos que precisam acertar as contas com seus traumas de infância enquanto redescobrem a importância da amizade verdadeira e da união, mas com pitadas de humor que ficam, em sua maioria, sob a responsabilidade de Bill Hader e James Ransone, que surgem em cena como o alívio cômico em meio ao excesso de violência gráfica inerente ao cinema gore. Com isso, o roteiro de Gary Dauberman, da franquia “Annabelle” (Idem – iniciada em 2014), se desenvolve sem pressa para que passado e presente possam coexistir na tela grande, alicerçado na montagem competente de Jason Ballantine, que também insere com precisão cirúrgica a trilha sonora que ajuda a conferir a atmosfera de suspense em determinadas sequências, sobretudo em seu terceiro ato.

 

Apesar de funcionar, a opção de priorizar o drama tornou Pennywise menos assustador que em “It: A Coisa”, o que não afeta negativamente o resultado final deste longa porque o personagem é defendido, mais uma vez, de forma brilhante por Bill Skarsgård. Além disto, a história está bem amarrada, apesar de não aprofundar o suficiente o rico conteúdo das subtramas de Mike e Henry Bowers (Nicholas Hamilton / Teach Grant), e todos os seus elementos têm como principal conector a comunhão do elenco, que conta com uma participação especial de King, chamando a atenção não apenas pelo fato de os adultos respeitarem o trabalho de construção das crianças para os personagens, realizado para o filme anterior, mas por serem fisicamente parecidos.

 

“It: Capítulo 2” aposta em flashbacks para mostrar os traumas de infância dos membros do Clube dos Otários (Foto: Divulgação).

 

No entanto, três atuações se destacam dentre as demais pela complexidade apresentada: as de Bill Hader, James McAvoy e Jessica Chastain. Enquanto Hader equilibra humor refinado e a insegurança emocional imposta por uma paixão secreta e não correspondida; McAvoy trabalha com intensidade a dor da perda de Bill, que ainda sofre pela perda de Georgie (Jackson Robert Scott), amargurado pelo remorso de ter se recusado a brincar com o irmão num dia chuvoso; e Chastain explora a fragilidade de uma mulher que nunca viveu o amor em sua plenitude e que precisa, urgentemente, recuperar a força de outrora para ser livre e feliz de fato – neste ponto, é válido ressaltar a química entre a atriz e Jay Ryan, neozeolandês que faz sua estreia num longa-metragem made in Hollywood.

 

Bebendo diretamente da fonte do cinema oitentista, que tem como um de seus clássicos “Conta Comigo” (Stand By Me – 1986), também baseado em livro de King, “It: Capítulo 2” não supera o seu antecessor, mas surpreende por efeitos visuais e sonoros que potencializam as batalhas internas dos personagens, que surgiram no primeiro contato com Pennywise no verão de 1989. E, no fim das contas, é exatamente sobre amizade e luta interior que se trata esta sequência, focando na união de amigos de infância como antídoto contra o mal em forma de palhaço para que os traumas possam, enfim, ser superados.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

Ana Carolina Garcia

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