Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Homem-Aranha: De Volta ao Lar’: vilão Abutre rouba a cena

“Homem-Aranha: De Volta ao Lar” é inspirado nos filmes adolescentes dos anos 1980 (Foto: Divulgação).

Principal estreia dos cinemas brasileiros na última quinta-feira, dia 06, “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” (Spider-Man: Homecoming – 2017) arrecadou aproximadamente US$ 257 milhões em seu primeiro final de semana em cartaz, sendo US$ 117 milhões somente no mercado americano.

 

Dirigido por Jon Watts, o longa mostra Peter Parker / Homem-Aranha (Tom Holland) na adolescência, tendo de lidar com seus impulsos e com a vontade de se tornar um Vingador, sobretudo após a batalha no aeroporto – uma das principais sequências de “Capitão América: Guerra Civil” (Captain America: Civil War – 2016). Tendo Tony Stark / Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) como mentor, Parker precisa se reportar a Happy Hogan (Jon Favreau), que não o respeita como nada, tratando-o como um adolescente irresponsável. Em meio a isso, ele decide encarar a difícil missão de enfrentar Adrian Toomes / Abutre (Michael Keaton), que vende armas no mercado negro, produzidas a partir da sucata alienígena da batalha dos Vingadores em 2012.

 

Tony Stark (Robert Downey Jr.) surge como uma figura paterna para Peter Parker (Tom Holland), que busca sua aprovação (Foto: Divulgação).

 

Com cenas de ação coreografadas com esmero e com efeitos visuais e sonoros de qualidade, “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” conta com um roteiro bem desenvolvido que consegue manter o ritmo ágil do início ao fim, inclusive no que tange à comédia. Contudo, comete apenas um deslize em termos de cronologia, uma vez que ele começa mostrando o cenário de destruição após a batalha de “Os Vingadores” (The Avengers – 2012) para dar um salto de oito anos, ambientando sua trama em 2020, ao mesmo tempo em que o coloca no período de “Capitão América: Guerra Civil”, ou seja, em 2016 – algo que não compromete seu resultado final, apenas levanta questionamentos sobre um erro cronológico ou uma decisão proposital dos roteiristas.

 

Com um elenco que esbanja química entre si e à vontade com seus respectivos personagens, os destaques óbvios são os que já haviam passado pelo teste de público, Robert Downey Jr. e Tom Holland, que faz do Homem-Aranha um herói mais leve que nos filmes protagonizados por Andrew Garfield e Tobey Maguire. No entanto, quem mais chama atenção é Michael Keaton, que tem em seu currículo o herói da concorrente DC: o Homem-Morcego, que defendeu em “Batman” (Idem – 1989) e “Batman O Retorno” (Batman Returns – 1992).

 

Ex-Batman, Michael Keaton entrega um dos melhores vilões da Marvel (Foto: Divulgação).

 

Indicado ao Oscar por “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)” (Birdman or The Unexpected Virtue of Ignorance – 2014), Keaton trabalha com muita perspicácia a complexidade de Toomes, um devoto pai de família que comete crimes em nome da segurança e conforto de sua esposa e filha, fazendo o possível para manter-se longe dos holofotes e da mira de Stark. Equilibrando humanidade com um tom ameaçador nas doses exatas, o ator entrega um dos melhores vilões do Universo Cinematográfico Marvel.

 

Inspirado nos filmes adolescentes dos anos 1980, especialmente nos dirigidos por John Hughes, como o clássico “Curtindo a Vida Adoidado” (Ferris Bueller’s Day Off – 1986), “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” é um filme sobre a pressa de um garoto em se tornar um homem, assumindo, assim, diversas responsabilidades – sempre com a cobrança de ser melhor que seu mentor, Tony Stark, que surge como uma figura paterna para o jovem, ávido por sua aprovação.

 

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Assista ao trailer oficial:

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