Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Guardiões da Galáxia Vol. 2’: mais divertido que o original

“Guardiões da Galáxia Vol. 3” está em fase de pré-produção (Foto: “Guardiões da Galáxia Vol. 2” / Divulgação).

Tendo a importância da família como fio condutor de sua trama, “Velozes e Furiosos 8” (The Fate of the Furious – 2017) tem atropelado a concorrência mundo afora e já arrecadou mais de US$ 980 milhões, deixando seu protagonista e produtor, Vin Diesel, bastante satisfeito. Mas Diesel tem tudo para continuar no topo da bilheteria mundial, tornando-se o “nome do mês” das salas de exibição, a partir desta quinta-feira, dia 27, quando seu novo e também aguardadíssimo filme entra em cartaz: “Guardiões da Galáxia Vol. 2” (Guardians of the Galaxy Vol. 2 – 2017).

 

Assim como nos longas da franquia da concorrente Universal, “Guardiões da Galáxia Vol. 2” tem Vin Diesel como destaque, pois o ator empresta sua voz para um dos personagens mais queridos deste blockbuster: a versão bebê de Groot. Com mais espaço do que no original, o personagem rouba todas as cenas em que aparece, levando o público às gargalhadas mesmo quando não profere sua única frase, utilizada em quaisquer situações – “I am Groot”. Outro que tem mais destaque e leva a plateia ao riso incontrolável é Drax (Dave Bautista), que surge em cena com o sarcasmo elevado à potência máxima.

 

Dublado por Vin Diesel, Baby Groot rouba todas as cenas em que aparece (Foto: Divulgação).

 

Dirigido e roteirizado por James Gunn, este longa tem mais em comum com “Velozes e Furiosos 8” do que apenas as escalações de Vin Diesel e Kurt Russell. “Guardiões da Galáxia Vol. 2” é um filme que também tem a família como fio condutor de sua trama, mostrando sua importância como base e porto seguro, seja ela biológica ou de coração. Com isso, mantém intacta a tradição de Walt Disney em relação a produções com forte mensagem familiar, mesmo que apostando num delicioso humor politicamente incorreto – algo que a empresa de Mickey Mouse pouco explorou ao longo de seus 94 anos.

 

No longa, Peter Quill (Chris Pratt), Gamora (Zoe Saldana), Baby Groot, Rocket (voz de Bradley Cooper) e Drax precisam lutar pela união da família que construíram, principalmente após conhecerem Ego (Russell), o misterioso pai de Peter. Tudo isso enquanto são perseguidos pelos Soberanos por causa de uma confusão criada por Rocket.

 

A trama familiar, aqui, vai mais além ao abordar a relação destrutiva de Thanos com suas filhas, Gamora e Nebulosa (Karen Gillan), mostrando como cada indivíduo reage ao abuso paterno que pode envenenar relações entre irmãos e gerar um efeito dominó movido à necessidade de vingança; bem como os efeitos do abandono e o desejo de tentar recuperar o tempo perdido através de Ego e Peter, que sempre sofreu por não conhecer seu pai e acredita que está na hora de estabelecer uma relação emocional ele.

 

Kurt Russell interpreta Ego, o misterioso pai de Peter (Foto: Divulgação).

 

Apesar de transmitir sua mensagem, este blockbuster da Marvel tem um ponto fraco (apenas um): o roteiro de Gunn, que não desenvolve com afinco os dramas de seus personagens, impedindo que a trama saia da superfície, tornando-a carente de emoção na maior parte do tempo, sobretudo no que tange à relação entre pais e filhos. Isto se deve ao fato de Gunn ter optado por focar mais na ação desenfreada e na comédia, que brinca com muita propriedade com elementos e personagens da cultura pop, jogando para os atores a responsabilidade de sustentar o longa. E para a sorte de Gunn, e dos fãs, o elenco tem capacidade suficiente para assumir esta função.

 

Completamente integrado entre si, o quinteto principal é o grande alicerce desta produção porque explora com muita habilidade as características de seus respectivos personagens. Liderados pelo carismático Chris Pratt, os atores estão cada vez mais à vontade no universo Marvel, agregando ainda mais valor a esta adaptação cinematográfica que conta com participações especiais como as de Sylvester Stallone (Stakar) e David Hasselhoff – além da tradicional, e sempre hilariante, participação de Stan Lee.

 

Com efeitos visuais e sonoros esplendorosos que funcionam a favor da trama, “Guardiões da Galáxia Vol. 2” conta ainda com a eficiente utilização da tecnologia 3D e com uma trilha sonora ainda mais vigorosa que a do longa que o originou, que se encaixa com perfeição ao que é apresentado ao espectador, sobretudo a canção “Father and Son”, de Cat Stevens.

 

“Guardiões da Galáxia Vol. 2” perde para o seu antecessor, “Guardiões da Galáxia” (Guardians of the Galaxy – 2014), no quesito trama, mas ganha em ação e no humor ácido, tornando-se um dos filmes mais divertidos já lançados pela Marvel / Disney, mantendo o ritmo ágil da sequência de abertura até a última cena pós-crédito (são cinco!) – não saia da sala de exibição até que acendam as luzes, pois valem muito a pena.

 

Assista ao trailer oficial:

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