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Festival do Rio 2021: ‘Os Primeiros Soldados’

Quando o vírus HIV foi descoberto no início dos anos 1980, a falta de informação levou parte da sociedade a acreditar na existência de um grupo de risco no qual os homossexuais estavam incluídos. Isto aumentou consideravelmente o preconceito, deixando-os ainda mais vulneráveis à violência. Amplamente debatida nas últimas décadas, a questão é novamente abordada pelo cinema no drama brasileiro “Os Primeiros Soldados” (2021), selecionado para a Mostra Première Brasil: Novos Rumos longa do Festival do Rio, que acontece entre os dias 09 e 19 de dezembro.

 

Ambientado em 1983, na cidade de Vitória, o longa conta a história de três amigos, Suzano (Johnny Massaro), Rose (Renata Carvalho) e Humberto (Vitor Camilo), todos HIV positivos, que se uniram para dar suporte um ao outro enquanto tentam sobreviver à primeira onda da epidemia de Aids.

 

Com direção de Rodrigo de Oliveira, “Os Primeiros Soldados” chama a atenção pela sensibilidade com a qual esmiúça a angústia e o sofrimento de pessoas que lidavam com o medo da finitude e com as mais variadas formas de preconceito. No entanto, o filme não funcionaria se não tivesse como alicerce principal a dedicação de seu elenco.

 

Famoso por seus trabalhos na televisão, Massaro mergulha na dor de seu personagem, mostrando as dificuldades impostas pelo HIV, mas sem se colocar como vítima, assumindo lugar de combatente, reforçado pela metáfora da guerra utilizada com maestria por Oliveira – no caso do longa, contra um inimigo invisível e poderoso sobretudo num período no qual pouco se sabia sobre ele. Renata carvalho e Vitor Camilo surgem para complementar o jogo cênico de Massaro, explorando as diversas camadas de seus respectivos personagens, fortalecendo o elo do trio que trabalha com propriedade não apenas a angústia e sofrimento, citados anteriormente, como também o medo de falar abertamente sobre a doença.

 

“Os Primeiros Soldados” é uma produção importante por mostrar às gerações mais novas o horror causado pelo HIV na década de 1980, algo pouco falado nos dias atuais, apesar de não haver vacina nem cura para a doença num cenário carente de campanhas de prevenção principalmente para os mais jovens, héteros ou homossexuais, não importa, pois o vírus segue infectando, e vitimando, sem nenhum preconceito.

Ana Carolina Garcia

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