Festival de Veneza 2018: Vanessa Redgrave recebe o Leão de Ouro pelo conjunto da obra

A 75^a edição do Festival de Veneza começou na última quarta-feira, dia 29, com direito à homenagem à atriz britânica Vanessa Redgrave, que recebeu o Leão de Ouro pelo conjunto da obra.

Entregue por Paollo Baratta, presidente do Festival, o prêmio especial celebra os 60 anos de carreira da atriz, que apresenta seu trabalho mais recente na tela grande, “The Aspern Papers” (Idem – 2018), de Julien Landais. Mas, pouco antes de subir ao palco, Vanessa Redgrave chamou a atenção do público e da imprensa  no tapete vermelho, quando se encontrou com o cineasta Guillermo Del Toro, presidente do júri desta edição, e, sorridente, resolveu pedir uma selfie.

Vencedora do Volpi Cup de melhor atriz coadjuvante por “Fuga para Odessa” (Little Odessa – 1994) no Festival de Veneza e do Oscar, da mesma categoria, por “Júlia” (Júlia – 1977), Vanessa Redgrave sempre foi considerada uma profissional bastante politizada e, em 1999, se recusou a receber o título de Dama do Império Britânico. À imprensa, a atriz afirmou respeitar a família real e que não seria capaz de negar uma homenagem concedida pela Rainha, mas que se recusou a receber o título porque a escolha era política e que ela não o aceitaria por causa do então Primeiro Ministro Britânico Tony Blair, que decidiu enviar tropas britânicas à Guerra do Iraque.

A cada edição, dois profissionais são homenageados com o Leão de Ouro especial pelo conjunto da obra. Desta vez, além de Redgrave, o outro homenageado é o cineasta David Cronenberg, responsável por filmes como “A Mosca” (The Fly – 1986) e “M. Butterfly” (Idem – 1993), que será exibido no Festival. A homenagem a Cronenberg está marcada para o dia 06 de setembro.

Cerimônia de abertura

A noite de abertura 75^a edição do Festival de Veneza também contou com a première de “O Primeiro Homem” (First Man – 2018), drama baseado em fatos reais que mostra a trajetória do astronauta Neil Armstrong até sua chegada à Lua em 1969. Previsto para chegar aos cinemas brasileiros no dia 11 de outubro, o longa é o segundo trabalho do diretor Damien Chazelle com o ator Ryan Gosling – o primeiro foi “La La Land – Cantando Estações” (La La Land – 2016).

Baseado na obra de James R. Hansen, “O Primeiro Homem” teve uma recepção positiva tanto do público quanto da crítica especializada e, com isso, alimenta expectativas de fazer uma boa temporada de premiações em solo americano, podendo, inclusive, chegar ao Oscar. E, vindo de Damien Chazelle, isso não será nenhuma surpresa caso aconteça, pois o cineasta de 33 anos emplacou seus dois trabalhos anteriores na premiação da Academia, “Whiplash – Em Busca da Perfeição” (Whiplash – 2014) e o já citado “La La Land – Cantando Estações”.

A cerimônia de abertura também foi marcada pelo discurso de Guillermo Del Toro, que defendeu igualdade entre homens e mulheres no evento, cuja competição oficial tem apenas um título, dentre 21, dirigido por mulher: “The Nightingale” (Idem – 2018), de Jennifer Kent. Com isso, Paollo Baratta explicou que o número de filmes inscritos, dirigidos por mulheres, é muito baixo. “Eu também sou contra a ideia de que as cotas são a solução para consertar os festivais de cinema”, completou o presidente do Festival, corroborando a declaração de Alberto Barbera, diretor artístico desta edição, após o anúncio da seleção em julho: “O problema existe, mas nós não olhamos para os filmes baseados no gênero do diretor. Olhamos para os filmes baseados na qualidade. O que fazemos é o exato oposto da discriminação, é o respeito máximo. Se começarmos a operar em termos de cotas e números, eu acho que as mulheres serão as primeiras a serem humilhadas”.

Um ano após a consagração da fantasia “A Forma da Água” (The Shape of Water – 2017), que recebeu quatro prêmios, inclusive o Leão de Ouro de melhor filme, Guillermo Del Toro volta à Veneza como presidente do júri da competição oficial, Venezia 75. Os outros membros do júri são: Naomi Watts, Christoph Waltz, Sylvia Chang, Trine Dyrholm, Nicole Garcia, Taika Waititi, Malgorzata Szumowska e Paolo Genovese.

“Nasce Uma Estrela” leva Bradley Cooper e Lady Gaga ao Lido

Nesta sexta-feira, dia 31, o Festival de Veneza recebe Bradley Cooper e Lady Gaga, protagonistas de “Nasce Uma Estrela” (A Star is Born – 2018). Exibido fora de competição, o filme marca a estreia do astro da franquia “Se Beber, Não Case” (The Hangover – iniciada em 2009) na direção.

Classificado como drama e musical, o longa conta a história de Jackson Maine (Bradley Cooper), músico de sucesso que conhece a jovem Ally (Lady Gaga), que sonha em se tornar uma estrela da indústria fonográfica. Apaixonados, os dois iniciam um romance cujo futuro é ameaçado pela ascensão profissional de Ally no momento em que Jackson vê sua carreira descer ladeira abaixo por causa do alcoolismo.

O burburinho em torno de “Nasce Uma Estrela” tomou conta de Veneza, sobretudo devido ao desempenho de Bradley Cooper como diretor. E, assim como “O Primeiro Homem”, o longa surge como uma das promessas da próxima temporada de premiações nos Estados Unidos.

“Nasce Uma Estrela” tem lançamento previsto para 11 de outubro nos cinemas brasileiros.

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