Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

Especial Oscar 2022: categoria de melhor direção

A 94a cerimônia do Oscar está agendada para 27 de março de 2022 (Foto: Divulgação – Crédito: Richard Harbaugh / ©A.M.P.A.S.).

O Oscar 2022 será realizado no Dolby Theatre, em Los Angeles, no formato presencial (Foto: Divulgação / Crédito: AMPAS).

A estatueta do Oscar de melhor direção não é entregue a cineastas americanos desde 2017, quando Damien Chazelle venceu por “La La Land – Cantando Estações” (La La Land – 2016, EUA / Hong Kong). Nos anos seguintes, o Golden Boy desta categoria ficou com dois mexicanos,  Guillermo del Toro, por “A Forma da Água” (The Shape of Water – 2017, EUA / México), e Alfonso Cuarón, por “Roma” (Roma – 2018, México / EUA), um sul-coreano, Bong Joon-ho, por “Parasita” (Gisaengchung – 2019, Coreia do Sul), e uma chinesa, Chloé Zhao, por “Nomadland” (Nomadland – 2020, EUA). Este ano, o prêmio também pode não ser concedido a americanos, mas à neozelandesa Jane Campion, favorita por “Ataque dos Cães” (The Power of the Dog – 2021, Reino Unido / Canadá / Austrália / Nova Zelândia / EUA).

 

Os cinco indicados ao prêmio de melhor direção da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (Academy of Motion Picture Arts and Sciences – AMPAS) são: Steven Spielberg por “Amor, Sublime Amor” (West Side Story – 2021, EUA), Kenneth Branagh por “Belfast” (Belfast – 2021, Reino Unido), Jane Campion por “Ataque dos Cães”, Paul Thomas Anderson por “Licorice Pizza” (Licorice Pizza – 2021, EUA / Canadá) e Ryûsuke Hamaguchi por “Drive My Car” (Doraibu mai kâ – 2021, Japão). De todos os concorrentes, Hamaguchi é o único que não disputa a estatueta de melhor filme. À exceção de Spielberg, todos os diretores finalistas concorrem ao Golden Boy de melhor roteiro, original ou adaptado, e apenas Campion disputa por um título produzido por plataforma de streaming.

 

O favoritismo de Jane Campion se deve às vitórias no Globo de Ouro e no DGA Awards, concedidos respectivamente pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (Hollywood Foreign Press Association – HFPA) e pelo Sindicato dos Diretores dos Estados Unidos (Directors Guild of America – DGA), dois dos principais indicativos do prêmio de melhor direção da AMPAS. Contudo, é importante ressaltar que o DGA Awards influencia, de fato, a votação da Academia porque parte dos membros do Sindicato também integra a AMPAS e tem direito a voto. Ao contrário do Globo de Ouro, que exerce influência somente sobre a campanha dos indicados, não na votação propriamente dita, porque é entregue por jornalistas. E, apesar da crise institucional enfrentada pela HFPA, o Globo de Ouro não deve ser ignorado, pois, historicamente, é o segundo maior evento do calendário hollywoodiano, mesmo com o cancelamento deste ano em virtude do boicote em prol de mudanças internas acerca de representatividade, diversidade e inclusão.

 

“Ataque dos Cães” é protagonizado por Benedict Cumberbatch (Foto: Divulgação / Crédito: Netflix).

 

Primeira mulher a disputar duas vezes o Oscar de melhor direção, Jane Campion chega à cerimônia deste ano por meio da meticulosidade e elegância na condução de “Ataque dos Cães”. Apresentando extremo rigor técnico, o trabalho de Campion extrai de seu elenco as mais variadas emoções, explorando com desenvoltura as distintas camadas de uma trama complexa que rendeu à cineasta, até o momento, 55 prêmios individuais somente pela direção deste título original Netflix.

 

“Amor, Sublime Amor” é dirigido por Steven Spielberg (Foto: Divulgação).

 

Celebrando o cinemão hollywoodiano com o remake de “Amor, Sublime Amor” (West Side Story – 1961, clássico vencedor de 10 estatuetas do Oscar, incluindo as de melhor filme e direção (Robert Wise e Jerome Robbins), Steven Spielberg conseguiu realizar um filme superior ao original, tendo como facilitador o fato de a temática abordada, preconceito contra imigrantes, ainda acometer a sociedade atual, sendo até mais relevante agora que no passado. É um trabalho desafiador para o veterano por se tratar do primeiro musical de sua carreira, mas desenvolvido com maestria e refinamento pelo cineasta, que mergulhou na trama sobre o amor entre dois jovens de grupos distintos cuja rivalidade é potencializada pelo preconceito enraizado e institucionalizado. Pela direção do remake da adaptação cinematográfica de um dos maiores sucessos da Broadway, a montagem “Amor, Sublime Amor”, que estreou nos palcos nova-iorquinos em 1957, Spielberg recebeu quatro prêmios até a presente data.

 

Também com trabalho de direção refinado numa trama de imenso valor pessoal, pois é inspirada nas memórias de sua infância em Belfast (Irlanda do Norte), Kenneth Branagh brinda o público com um dos filmes mais emocionantes da temporada, sobretudo por abordar um conflito que separou famílias, pois muitas foram obrigadas a deixar tudo para trás em prol da segurança e/ou sobrevivência, atingindo seu ápice no final dos anos 1960. É impossível, nos dias atuais, assistir “Belfast” sem imaginar a dor da separação de famílias ucranianas imposta por um conflito devastador e de proporções infinitamente superiores ao do chamado The Troubles, ou seja, o conflito entre protestantes e católicos. E isto acaba mexendo ainda mais com o espectador. Assumindo, ainda, as funções de produtor e roteirista, Branagh recebeu, até o momento, dois prêmios pela direção de “Belfast”.

 

Com dois prêmios conquistados pela direção de “Licorice Pizza”, Paul Thomas Anderson oferece à plateia um coming-of-age movie conduzido com esmero, abordando tanto as descobertas dos protagonistas quanto o complexo período político enfrentado pelos Estados Unidos na década de 1970, tendo o humor como um de seus trunfos. É, sem dúvida, um dos títulos mais interessantes da filmografia de seu diretor, bem como da temporada.

 

Terceiro cineasta japonês a concorrer ao Oscar de melhor direção, os outros dois foram Hiroshi Teshigahara e Akira Kurosawa, Ryûsuke Hamaguchi conduz “Drive My Car” com sensibilidade, esmiuçando as angústias de personagens que necessitam enfrentar fantasmas do passado para que possam seguir adiante. É um trabalho de direção esmerado que rendeu a Hamaguchi cinco prêmios até o momento.

 

Considerando não apenas os resultados do Globo de Ouro e do DGA Awards, mas todo o cenário da temporada de prêmios americana, pode-se dizer que Jane Campion é quem tem mais chances de vencer a estatueta este ano. Contudo, a cineasta tem como principal oponente Steven Spielberg, que chega à disputa com um filme representativo que celebra o cinemão hollywoodiano. Logo atrás, estão Ryûsuke Hamaguchi, Kenneth Branagh e Paul Thomas Anderson.

 

A 94ª cerimônia de entrega do Oscar será realizada em formato presencial no próximo domingo, dia 27, no Dolby Theatre, em Los Angeles, com apresentação de Amy Schumer, Regina Hall e Wanda Sykes. No Brasil, a maior festa do cinema mundial será transmitida ao vivo pelo canal por assinatura TNT e pela Globoplay.

 

Confira um pequeno perfil dos indicados:

Steven Spielberg:

Steven Spielberg no set de “Amor, Sublime Amor” (Foto: Divulgação).

Nascido em 18 de dezembro de 1946, em Cincinatti, no estado americano de Ohio, Steven Allan Spielberg ganhou sua primeira câmera na infância, realizando diversos curtas-metragens ainda na adolescência, como por exemplo, “The Last Gun” (The Last Gun – 1959, EUA), “Fighter Squad” (Fighter Squad – 1961, EUA) e “Escape to Nowhere” (Escape to Nowhere – 1961, EUA) – os dois últimos sobre um tema recorrente em sua filmografia, a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945). Spielberg continuou trabalhando em curtas, mas já dando seus primeiros passos na televisão, dirigindo episódios de séries como “Galeria do Terror” (Night Gallery – 1969 – 1973, EUA) e “The Psychiatrist” (The Psychiatrist – 1970, EUA). E foi na telinha que Spielberg chamou a atenção da indústria hollywoodiana com seu primeiro longa-metragem, “Encurralado” (Duel – 1971, EUA), seguido por “A Força do Mal” (Something Evil – 1972, EUA) e “Savage” (Savage – 1973, EUA).

 

A estreia no cinema aconteceu com “Louca Escapada” (The Sugarland Express – 1974, EUA), que levou Spielberg para o Festival de Cannes, onde concorreu à Palma de Ouro e venceu o prêmio de roteiro. O sucesso deste longa possibilitou a produção de um título que quase levou os executivos da Universal Pictures à loucura devido aos inúmeros problemas durante as filmagens, “Tubarão” (Jaws – 1975, EUA). Utilizando a imaginação em virtude dos imprevistos com o tubarão mecânico, que o deixaram somente com a câmera, a água e os atores, Spielberg realizou não apenas o primeiro blockbuster da História, como também a primeira produção a ultrapassar US$ 100 milhões em bilheterias mundiais – de acordo com o Box Office Mojo, o longa arrecadou cerca de US$ 471,4 milhões.

 

Nos anos seguintes, Spielberg se firmou como um dos cineastas mais importantes e rentáveis de Hollywood, passeando com desenvoltura por diversos gêneros cinematográficos ao dirigir filmes como “Contatos Imediatos do Terceiro Grau” (Close Encounters of the Third Kind – 1977, EUA / Reino Unido), “Os Caçadores da Arca Perdida” (Raiders of the Lost Ark – 1981, EUA), “E.T.: O Extraterrestre” (E.T. the Extra-Terrestrial – 1982, EUA), “A Cor Púrpura” (The Color Purple – 1985, EUA), “Jurassic Park” (Jurassic Park – 1993, EUA), “A Lista de Schindler” (Schindler’s List – 1993, EUA), “Amistad” (Amistad – 1997, EUA ), “O Resgate do Soldado Ryan” (Saving Private Ryan – 1998, EUA) e “Lincoln” (Lincoln – 2012, EUA / Índia).

 

Respeitado também como produtor, Steven Spielberg concorre ao Golden Boy de melhor filme e direção por “Amor, Sublime Amor”, mas teve seu talento reconhecido pela AMPAS quatro vezes: com o prêmio especial Irving G. Thalberg Memorial Award, concedido pela excelência do trabalho realizado, em 1987; e as estatuetas do Oscar de melhor filme e direção por “A Lista de Schindler” e direção por “O Resgate do Soldado Ryan”. O cineasta concorreu a outras 14 estatuetas: direção por “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”; direção por “Os Caçadores da Arca Perdida”; filme e direção por “E.T.: O Extraterrestre”; filme por “A Cor Púrpura”; filme por “O Resgate do Soldado Ryan”; filme e direção por “Munique” (Munich – 2005, EUA / Canadá / França); filme por “Cartas de Iwo Jima” (Letters from Iwo Jima – 2006, EUA / Japão); filme por “Cavalo de Guerra” (War Horse – 2011, EUA / Índia); filme e direção por “Lincoln”; filme por “Ponte dos Espiões” (Bridge of Spies – 2015, EUA / Alemanha / Índia); e filme por “The Post: A Guerra Secreta” (The Post – 2017, EUA / Reino Unido).

 

* Os quatro prêmios recebidos pela direção de “Amor, Sublime Amor” são: o Sierra Award, da Las Vegas Film Critics Society Awards; o Director’s Choice Award, da New England Film & Video Festival; o NMFC Award, da New Mexico Film Critics; e o Outstanding Director of the Year Award, do Santa Barbara International Film Festival.

 

Kenneth Branagh:

Kenneth Branagh no set de “Belfast” (Foto: Divulgação).

Nascido em 10 de dezembro de 1960 em Belfast, Irlanda do Norte, Kenneth Charles Branagh saiu de sua cidade natal aos nove anos de idade devido à eclosão da violência, no conflito entre protestantes e católicos, chamado tanto de guerra civil quanto de “The Troubles”, retratado por ele próprio em “Belfast”, filme inspirado nas lembranças de sua infância. Uma vez instalado em Berkshire (Inglaterra) com a família, Branagh vislumbrou novas possibilidades, matriculando-se na conceituada Royal Shakespeare Company aos 23 anos. À época, já havia iniciado a carreira de ator com uma participação não creditada em “Carruagens de Fogo” (Chariots of Fire – 1981, Reino Unido), de Hugh Hudson.

 

Kenneth Branagh conciliou trabalhos televisivos e teatrais, fundando, inclusive, sua própria companhia, Renaissance Theatre Company, ao lado de David Parfitt, tendo o Príncipe Charles como patrono, em 1987. No mesmo ano, conquistou papel de destaque no drama sobre a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), dividindo a cena com Colin Firth, “Um Mês no Campo” (A Month in the Country – 1987, Reino Unido), de Pat O’Connor. No entanto, ganhou notoriedade de fato ao dirigir, roteirizar e protagonizar “Henrique V” (Henry V – 1989, Reino Unido), que lhe rendeu vários prêmios, entre eles, o BAFTA Film Award de melhor direção. As críticas positivas conquistadas por “Henrique V” abriram inúmeras portas para Branagh no cinema, permitindo que ele assumisse novas posições, como a de produtor.

 

Nos anos seguintes, Branagh trabalhou em diversas frentes da indústria cinematográfica. Geralmente assumindo diversas funções numa mesma produção, especialmente as de diretor e ator. Sua filmografia como diretor conta com títulos como “Para o Resto de Nossas Vidas” (Peter’s Friends – 1992, Reino Unido), “Muito Barulho por Nada” (Much Ado About Nothing – 1993, Reino Unido / EUA), “Frankenstein de Mary Shelley” (Frankenstein – 1994, EUA / Japão / Reino Unido), “Hamlet” (Hamlet – 1996, Reino Unido / EUA), “Amores Perdidos” (Love’s Labour’s Lost – 2000, Reino Unido / EUA / França), “Thor” (Thor – 2011, EUA), “Assassinato no Expresso do Oriente” (Murder on the Orient Express – 2017, EUA / Reino Unido / Malta), “Artemis Fowl: O Mundo Secreto” (Artemis Fowl – 2020, EUA) e “Morte no Nilo” (Death on the Nile – 2022, EUA / Reino Unido) – destes, Branagh não atuou apenas em “Thor”, que marca sua estreia no Universo Cinematográfico da Marvel (UCM).

 

Único profissional a ser indicado a sete categorias diferentes do Oscar ao longo da carreira, Kenneth Branagh concorre este ano ao Golden Boy de filme, direção e roteiro original por “Belfast”. Suas outras cinco indicações à estatueta dourada são: melhor direção e ator por “Henrique V”; curta-metragem em live-action por “Swan Song” (Swan Song – 1992, Reino Unido); roteiro adaptado por “Hamlet”; e ator coadjuvante por “Sete Dias com Marilyn” (My Week with Marilyn – 2012, Reino Unido / EUA).

 

* Os dois prêmios recebidos pela direção de “Belfast” são: o PFCS Award, da Phoenix Film Critics Society Awards; e o Outstanding Director of the Year Award, do Santa Barbara International Film Festival.

 

Jane Campion:

Jane Campion no set de “Ataque dos Cães” (Foto: Divulgação / Crédito: Netflix).

Nascida em 30 de abril de 1954 em Wellington, Nova Zelândia, Jane Campion se formou em Antropologia pela Victoria University of Wellington, em 1975, e Belas Artes pela Sydney College of the Arts, em 1979, antes de ingressar na Australian School of Film and Television. Em 1982, estreou como diretora, roteirista e montadora com o curta-metragem “Peel” (Peel – 1982, Austrália), seguido por “Um Exercício em Disciplina: Cascas” (An Exercise in Discipline: Peel – 1983, Austrália), que lhe rendeu a Palma de Ouro de melhor curta no Festival de Cannes.

 

Realizou outros curtas até seu primeiro longa-metragem, “Sweetie” (Sweetie – 1989, Austrália), que lhe rendeu uma indicação à Palma de Ouro e abriu muitas portas na indústria cinematográfica, possibilitando a produção de títulos como “Um Anjo em Minha Mesa” (An Angel at My Table – 1990, Nova Zelândia / Austrália / Reino Unido / EUA), “O Piano” (The Piano – 1993, Austrália / França) e “Retratos de Uma Mulher” (The Portrait of a Lady – 1996, Reino Unido / EUA), que esgotou sua protagonista, Nicole Kidman, emocionalmente. Nos anos seguintes, dirigiu “Fogo Sagrado!” (Holy Smoke – 1999, EUA / Austrália), “Em Carne Viva”(In the Cut – 2003, Reino Unido / Austrália / França / EUA), “O Brilho de uma Paixão” (Bright Star – 2009, Reino Unido / Austrália / França) e episódios da série “Top of the Lake” (Top of the Lake – 2013 – 2017, Reino Unido / Austrália / Nova Zelândia / EUA), estrelada por Elisabeth Moss, a June Osborne de “O Conto da Aia” (The Handmaid’s Tale – desde 2017, EUA).

 

Vencedora do Oscar de melhor roteiro original por “O Piano”, que também lhe rendeu uma indicação na categoria de direção, Campion concorre este ano às estatuetas de melhor filme, direção e roteiro adaptado por “Ataque dos Cães”. Produção original Netflix, “Ataque dos Cães” colocou Campion no livro de História da AMPAS como a primeira mulher a disputar duas vezes o prêmio como diretora.

 

* Entre os 55 prêmios recebidos pela direção de “Ataque dos Cães”, estão: os já citados DGA Awards e Globo de Ouro; o BAFTA Awards, concedido pela British Academy of Film and Television Arts (BAFTA); o Critics Choice Award, da Critics’ Choice Association (CCA); o BFCC Award, do Black Film Critics Circle Awards; o GWNYFCA Award, da Greater Western New York Film Critics Association Awards; o HFCS Award, da Houston Film Critics Society Awards; o LAFCA Award, da Los Angeles Film Critics Association Awards; o NYFCC Award, do New York Film Critics Circle Awards; o Outstanding Director of the Year Award, do Santa Barbara International Film Festival; e o Silver Lion, do Festival de Veneza.

 

Paul Thomas Anderson:

Paul Thomas Anderson no set de “Licorice Pizza” (Foto: Divulgação).

Nascido em 26 de junho de 1970 em Studio City, Califórnia (EUA), Paul Thomas Anderson, assim como outros cineastas, manifestou seu interesse pelo cinema na infância por influência de seu pai, realizando diversos curtas-metragens até chamar a atenção com “The Dirk Diggler Story” (The Dirk Diggler Story – 1988, EUA), em que assumiu as funções de diretor, roteirista e diretor de fotografia. Nos anos seguintes, trabalhou em diversos videoclipes e comerciais de TV, estreando como diretor e roteirista de longas-metragens com o drama “Jogada de Risco” (Sydney – 1996, EUA), estrelado por Philip Baker Hall, John C. Reilly, Gwyneth Paltrow, Samuel L. Jackson e Philip Seymour Hoffman, que participou de todos os seus projetos até 2014, exceto “Sangue Negro” (There Will Be Blood – 2007, EUA), quando o ator foi encontrado morto, vítima de overdose – o filho mais velho de Hoffman, Cooper, estreou como ator em “Licorice Pizza”, assumindo a responsabilidade de ser um dos protagonistas.

 

Títulos como “Boogie Nights: Prazer Sem Limites” (Boogie Nights – 1997, EUA) e “Magnólia” (Magnolia – 1999, EUA) ajudaram o cineasta a se estabelecer em Hollywood como um dos principais nomes de sua geração, sendo considerado, inclusive, como “autor” por colegas de profissão, entre eles, Sam Mendes. Nas décadas seguintes, assumiu produção, direção e roteiro de títulos aclamados, dentre eles, “Embriagado de Amor” (Punch-Drunk Love – 2002, EUA), “O Mestre” (The Master – 2012, EUA), “Vício Inerente” (Inherent Vice – 2014, EUA) e “Trama Fantasma” (Phantom Thread – 2017, EUA / Reino Unido).

 

Concorrendo ao Golden Boy de melhor filme, direção e roteiro original por “Licorice Pizza”, Anderson foi indicado ao prêmio outras oito vezes, mas sem nenhuma vitória: melhor filme e direção por “Trama Fantasma”; roteiro adaptado por “Vício Inerente”; filme, direção e roteiro adaptado por “Sangue Negro”; roteiro original por “Magnólia”; e roteiro original por “Boogie Nights: Prazer Sem Limites”.

 

* Os dois prêmios recebidos pela direção de “Licorice Pizza” são: o NBR Award, da National Board of Review, USA; e o Outstanding Director of the Year Award, do Santa Barbara International Film Festival.

 

Ryûsuke Hamaguchi:

Ryûsuke Hamaguchi no Festival de Berlim 2021 (Foto: Divulgação – Crédito: © Alexander Janetzko / Berlinale 2021).

Nascido em 16 de dezembro de 1978 em Kanagawa, Japão, Ryûsuke Hamaguchi é formado pela Universidade de Tóquio, mas só ingressou no curso de Artes após a primeira graduação, quando já trabalhava com cinema. Enquanto estudante, realizou o curta-metragem “Like Nothing Happened” (Like Nothing Happened – 2003, Japão), seguido pelos longas “Solaris” (Solaris – 2007, Japão) e “Passion” (Passion – 2008, Japão), que foi, na verdade, o que é chamado no Brasil de projeto de conclusão de curso.

 

Exibido no San Sebastián Film Festival, “Passion” serviu como trampolim para Hamaguchi, que estreou profissionalmente dois anos depois, em 2010, com “The Depths” (The Depths – 2010, Japão). Conciliando documentários e filmes de ficção, inclusive como produtor e roteirista, o cineasta dirigiu títulos como “The Sound of Waves” (Nami no oto – 2011, Japão), “Asako I & II” (Netemo sametemo – 2018, Japão), “Roda do Destino” (Gûzen to sôzô – 2021), além de “Shinmitsusa” (Shinmitsusa – 2012, Japão) e “Happy Hour” (Happî awâ – 2015), que têm mais de quatro e cinco horas de duração, respectivamente – “Shinmitsusa” foi concebido como um projeto de graduação por Hamaguchi, quando ele lecionava em Tóquio.

 

Esta é a primeira vez em que Ryûsuke Hamaguchi concorre ao Oscar. E em duas categorias: direção e roteiro adaptado.

 

* Entre os cinco prêmios recebidos pela direção de “Drive My Car”, estão: o BSFC Award, da Boston Society of Film Critics Awards; o Honorable Mention, da Gold List; o Outstanding Director of the Year Award, do Santa Barbara International Film Festival; e o SFCS Award, da Seattle Film Critics Society.

 

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