‘Enquanto Houver Amor’: Annette Bening é o grande destaque
Não são poucos os filmes que abordam a dor da separação. Na maioria das vezes, dramas carregados de tensão que despertam sentimentos variados no espectador. É o caso de “Enquanto Houver Amor” (Hope Gap – 2019), que entra em cartaz na próxima quinta-feira, dia 18, nos cinemas brasileiros.
“Enquanto Houver Amor” conta a história do casal Grace (Annette Bening) e Edward (Bill Nighy), que está prestes a completar 29 anos de casados. Mas a falta de comunicação, aliada a sentimentos represados, torna a relação cada vez mais insustentável, culminando com a separação durante uma visita do filho, Jamie (Josh O’Connor), que faz o possível para se manter imparcial e dar apoio à mãe, completamente devastada.
“Enquanto Houver Amor” conta com roteiro coeso que prioriza o fator humano de maneira a permitir que a plateia observe a situação exatamente como Jamie, de maneira imparcial, analisando as distintas condutas dos envolvidos, sem conceder a eles rótulos de vítimas nem de vilões. E é este o grande acerto do longa, conduzido com muita sensibilidade por William Nicholson.
Contudo, a trama funciona também graças à sintonia e entrega de seu elenco, principalmente de Bening, que esmiúça toda a dor de sua personagem, explorando o lado mais irascível de sua personalidade, mas sem apelação. Com isso, o espectador é brindado com uma atuação impactante da veterana que ofusca a todos os seus colegas de cena.
“Enquanto Houver Amor” tem como trunfo o fato de expandir o olhar e conceder espaço considerável à figura do filho como pacificador de uma guerra perdida. Neste contexto, O’Connor ganha mais tempo em cena até mesmo para mostrar o amadurecimento da relação com seus progenitores, bem como os benefícios do convívio familiar, por mais difícil que ele possa ser. Desta forma, o filme opta por apresentar uma jornada em prol de novas chances na incessante busca pela felicidade, sobretudo para mãe e filho.
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