‘Em Guerra com o Vovô’ remete ao cinema infanto-juvenil dos anos 1990
Não são poucos os filmes que falam sobre a viuvez e a necessidade de os pais ficarem perto de seus filhos, tendo o drama como elemento essencial da narrativa. Nesta quinta-feira, dia 13, uma nova produção sobre o tema chega ao circuito, em pré-estreia, mas usando a comédia como força motriz: “Em Guerra com o Vovô” (The War with Grandpa – 2020), de Tim Hill.
Adaptação cinematográfica do livro homônimo de Robert Kimmel Smith, “Em Guerra com o Vovô” conta a história de Peter (Oakes Fegley), pré-adolescente que perde o quarto para o avô, Ed (Robert De Niro), obrigado a se mudar para a casa da família após arrumar inúmeras confusões. Inconformado em dormir no sótão com ratos e morcegos, Peter declara guerra a Ed, que cria “regras de engajamento” para estipular o que é ou não permitido na batalha secreta.
“Em Guerra com o Vovô” tem como grande trunfo a interação dos atores, permitindo uma troca interessante entre veteranos e o elenco infanto-juvenil, especialmente entre Robert De Niro e Oakes Fegley. Vencedor das estatuetas do Oscar de melhor ator por “Touro Indomável” (Raging Bull – 1980) e ator coadjuvante por “O Poderoso Chefão 2” (The Godfather: Part II – 1974), De Niro equilibra o lado mais ranzinza com a doçura inerente à figura do avô, mostrando ao neto os malefícios da guerra, transmitindo, assim, a mensagem pacífica necessária em tempos cada vez mais conturbados. Já Fegley remete um pouco a Macaulay Culkin na franquia “Esqueceram de Mim” (Home Alone – desde 1990), explorando também o bullying no ambiente escolar, mas com a leveza que guia o longa.
Contudo, não é apenas a atuação de Fegley que remete à franquia estrelada por Culkin, bem como a tantos outros títulos produzidos nos anos 1990, entre eles, “Dennis, o Pimentinha” (Dennis the Menace – 1993), de Nick Castle, mas a maneira com a qual o roteiro se desenvolve, apostando no humor físico e em ações um tanto repetitivas que permitem ao espectador prever o que acontecerá na cena seguinte. Mesmo assim, Tim Hill consegue driblar algumas deficiências da trama escrita por Tom J. Astle e Matt Ember devido à experiência no cinema infanto-juvenil, trabalhando a dinâmica dos atores com cuidado para apresentar à plateia a perspectiva de todos os envolvidos na mudança radical da rotina familiar.
Começando com “parente é pior que dor de dente”, “Em Guerra com o Vovô” dialoga com o público de todas as idades, apostando no sentimento nobre e puro construído entre avô e neto ao longo dos anos, o amor, para contar uma história sobre sacrifícios em prol do bem maior, a família. E, apesar de suas fragilidades, o longa consegue cumprir seu objetivo de entreter a plateia, oferecendo a ela momentos que permitem esquecer um pouquinho toda a dor e tristeza do mundo real.
Assista ao trailer oficial legendado:
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