Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Carvana’: da Tijuca para o mundo

“Carvana” entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 15 (Foto: Divulgação).

Dirigido e roteirizado por Lulu Corrêa, “Carvana” (2018) foi um dos destaques da Mostra Première Brasil: Retratos Longa, não competitiva, da 20a edição do Festival do Rio, que terminou no último domingo, dia 11.

 

Apostando na irreverência para levar às telas a trajetória de Hugo Carvana, o documentário começa apresentando à plateia o lugar onde o homenageado se interessou pela sétima-arte, anos antes de se imaginar como um artesão dela, a Tijuca, bairro tradicional da Zona Norte do Rio de Janeiro que outrora abrigou inúmeras salas de exibição, sobretudo ao longo da Rua Conde de Bonfim – hoje, as salas são lojas de departamentos, farmácias e igreja evangélica.

 

Da Tijuca para o mundo, Hugo Carvana construiu uma sólida carreira tanto no cinema quanto na televisão, mas se declarava apaixonado de fato pelo primeiro, tornando-se um dos nomes mais importantes da produção nacional. Utilizando imagens de arquivo e de produções que contaram com o retratado, “Carvana” foge da fórmula tradicional para respeitar o espírito do cineasta e ator que faleceu aos 77 anos de idade em 2014. Tudo isso é costurado com eficiência pela montagem de Rita Carvana, filha de Hugo, conferindo ritmo ágil ao longa que ainda aborda a posição política de Carvana e sua esposa, Martha, que passaram um ano no exílio em Paris (França), Roma (Itália) e Brazzaville (Congo), onde ele rodou “O Leão de Sete Cabeças” (1970), de Glauber Rocha.

 

No decorrer de quase duas horas, o documentário dirigido por Lulu Corrêa oferece ao público histórias curiosas, contadas pelo próprio Carvana, bem como depoimentos mais sérios acerca de suas experiências na telinha e na telona. Dentre eles, as consequências do fim da Embrafilme no início dos anos 1990, que o deixou com dívidas no momento em que rodava “Vai Trabalhar, Vagabundo II – A Volta” (1991), continuação de um de seus principais filmes, a comédia “Vai Trabalhar, Vagabundo” (1973).

 

Uma das estreias desta quinta-feira, dia 15, no circuito comercial, “Carvana” é uma oportunidade para o público, sobretudo sua fatia mais jovem, conhecer melhor o homem por trás do ator e cineasta.

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