Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Capitã Marvel’: Goose, a gata, rouba a cena

Protagonizado por Brie Larson, “Capitã Marvel” entrou em cartaz na última quinta-feira, dia 07 (Foto: Divulgação).

Nesta quinta-feira, dia 07, um dos filmes mais aguardados do ano entra em cartaz nos cinemas brasileiros: “Capitã Marvel” (Captain Marvel – 2019), de Anna Boden e Ryan Fleck, dupla responsável por “Sugar” (Idem – 2008) e “Se Enlouquecer, Não se Apaixone” (It’s Kind of a Funny Story – 2010). Esta é a primeira produção do Universo Cinematográfico Marvel (UCM) protagonizada pela personagem criada em 1968 por Roy Thomas e Gene Colan.

 

Ambientada em 1995, a trama conta a história pregressa de Carol Danvers / Capitã Marvel (Brie Larson) desde os tempos em que trabalhava como piloto da Força Aérea até se tornar uma super-heroína e partir numa perigosa missão com Nick Fury (Samuel L. Jackson).

 

Samuel L. Jackson é um coadjuvante de peso que consegue ofuscar a protagonista Brie Larson em cena (Foto: Divulgação).

 

Referenciando a franquia “Star Wars” (Idem – iniciada em 1977) e “Top Gun – Ases Indomáveis” (Top Gun – 1986), inclusive visualmente, o longa tem na montagem de Debbie Berman      e Elliot Graham seu principal alicerce, pois os flashbacks são inseridos com precisão. O mesmo acontece com a trilha sonora, que resgata grandes sucessos dos anos 1990, dentre eles, “Smells Like Teen Spirit”, do Nirvana, e “Just a Girl”, do No Doubt, de forma a agregar valor à trama.

 

Contando com design de produção e efeitos visuais e sonoros que mantêm o padrão de qualidade instituído pela Marvel, o filme tem no roteiro seu ponto fraco. Assinado por Boden, Fleck e Geneva Robertson-Dworet o roteiro carece de conteúdo e emoção, pois oferece uma trama burocrática que custa a engrenar na tela, permitindo o que o filme ganhe força somente em sua segunda metade. Mesmo assim, com pontas soltas e sem nenhum momento realmente memorável, o que o coloca alguns patamares abaixo da heroína da concorrência, “Mulher-Maravilha” (Wonder Woman – 2017), que ganha em desenvolvimento da história, cenas de ação bem coreografadas e carisma da protagonista, Gal Gadot.

 

Goose: homenagem ao personagem de Anthony Edwards em “Top Gun – Ases Indomáveis” (Foto: Divulgação).

Vencedora do Oscar de melhor atriz por “O Quarto de Jack” (Room – 2015), Brie Larson não desaponta, mas também não explora todas as possibilidades da personagem, sobretudo no que tange ao drama da mulher que não se lembra de seu passado e deseja descobri-lo a todo custo. Isto se reflete no resultado final de “Capitã Marvel” porque Larson acaba ofuscada por Samuel L. Jackson e principalmente pelo responsável por lhe causar crises alérgicas no set: Goose, interpretado por quatro gatos diferentes. Originalmente chamado de Chewie em referência ao wookie parceiro de Han Solo (Harrison Ford), o gato foi rebatizado de Goose em homenagem ao copiloto interpretado por Anthony Edwards, parceiro de Maverick (Tom Cruise), em “Top Gun – Ases Indomáveis”. Gata para uns, Flerken para outros, Goose estrela os melhores momentos do longa que conta com participação de Stan Lee e duas cenas pós-créditos, sendo que a primeira tem ligação direta com “Vingadores: Ultimato” (Avengers: Endgame – 2019).

 

Ganhando contornos de drama ao abordar temas como respeito às diferenças, imigração e família, este último inerente às produções do estúdio, “Capitã Marvel” é um filme de origem morno que perdeu a oportunidade de apresentar a heroína com toda a grandiosidade que ela merecia. Com isso, o longa serve apenas para aumentar a ansiedade dos fãs acerca da participação de sua protagonista no já citado “Vingadores: Ultimato”, pois Carol Danvers é considerada por diversas teorias da internet como a personagem que chamará para si a responsabilidade de arrumar a bagunça deixada pelo estalar de dedos de Thanos (Josh Brolin) em “Vingadores: Guerra Infinita” (Avengers: Infinity War – 2018).

 

Assista ao trailer oficial legendado:

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