Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Benzinho’: a nova pérola do cinema nacional

Dirigido por Gustavo Pizzi, “Benzinho” é uma das estreias desta quinta-feira, dia 23 (Foto: Divulgação).

Constantemente abordada no cinema, a Síndrome do Ninho Vazio arrancou gargalhadas de mães e filhos no sucesso nacional “Minha Mãe é Uma Peça 2” (2016), permitindo que os espectadores se identificassem com toda a “loucura” da família de Dona Hermínia (Paulo Gustavo). Nesta quinta-feira, dia 23, a síndrome volta às telas abordando o sentimento de posse materno, mas sem comédia, em “Benzinho” (2018). Dirigido por Gustavo Pizzi, o longa é um dos concorrentes ao Troféu Kikito no Festival de Gramado 2018.

 

Na trama, Karine Teles vive Irene, uma mulher de origem humilde que chama para si a responsabilidade de cuidar de todos os membros de sua família: o marido sonhador, seus quatro filhos e a irmã vítima de violência doméstica que pede abrigo junto com o filho. No meio de um turbilhão de acontecimentos, o primogênito Fernando (Konstantinos Sarris) anuncia que recebeu um convite para jogar handebol na Alemanha e que seu embarque será em 20 dias, o que deixa Irene emocionalmente descompensada.

 

Com roteiro linear assinado por Pizzi e Teles, “Benzinho” se desenvolve de forma bastante simples e natural para conceder o máximo de veracidade possível a tudo o que é mostrado na tela. No entanto, o principal alicerce deste drama é o elenco, muito à vontade entre si e seus respectivos personagens, agregando valor a esta obra.

 

Adriana Esteves e Karine Teles vivem duas irmãs em “Benzinho” (Foto: Divulgação).

 

Dentre os atores, o trio composto por Karine Teles, Adriana Esteves (Sônia) e Otávio Müller (Klaus) se destaca por trabalhar diferentes emoções que, juntas, fazem a família funcionar e seguir em frente apesar das adversidades. Assim, Teles surge em cena apostando na montanha-russa emocional, calcada na alegria da formatura de Irene no Ensino Médio e na tristeza de ver o filho criar asas e voar para longe, para conseguir o melhor desempenho de sua carreira; enquanto Müller equilibra o sonho e a mania de grandeza com a compreensão de um pai que entende que o sacrifício da distância será recompensado pela garantia de um futuro melhor para o seu filho, e Esteves passeia pela força e fragilidade oriundas da violência doméstica numa atuação comovente, mas sem deixar seu já conhecido carisma em segundo plano.

 

Nova pérola do cinema nacional, “Benzinho” não é apenas sobre interação familiar. É um filme universal sobre o amor e a importância da família como porto seguro, que ainda encontra espaço para abordar a necessidade de valorizar a educação num país que impõe barreiras ao seu povo para vê-lo cada vez mais alienado e intelectualmente limitado.

 

Assista ao trailer oficial:

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