Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Batman’ completa 30 anos

Protagonizado por Michael Keaton, “Batman” entrou em cartaz no dia 23 de junho de 1989 (Foto: Divulgação).

No último dia 18, o The Hollywood Reporter publicou os resultados de duas pesquisas populares sobre o personagem Batman, criado por Bill Finger e Bob Kane para a DC Comics em 1939: “Quem seria o melhor Batman, Robert Pattinson ou Nicholas Hoult?”, dividida por faixa etária, colocando Pattinson como a escolha do público entre 18 e 29 anos (42%) e acima de 65 (21%); e “Batman favorito da América”, apontando Christian Bale em primeiro lugar com 39% dos votos e Michael Keaton na segunda posição com 38% – o que poderia ser chamado de empate técnico entre os dois atores, que ficaram à frente de George Clooney (19%), Ben Affleck (18%) e Val Kilmer (17%). E foi Keaton o responsável por inaugurar uma nova era para o cinema de ação, sobretudo estrelado por super-heróis, em “Batman” (Idem – 1989), cujo lançamento completa 30 anos neste domingo, dia 23 – o filme chegou aos cinemas brasileiros em 26 de outubro de 1989.

 

Dirigido por Tim Burton, “Batman” revolucionou o cinema de ação ao apostar suas fichas em efeitos visuais em detrimento de músculos como, por exemplo, os de Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone, que fez tal afirmação em entrevista há alguns anos e chegou a ser cotado para o personagem. Isto se deve ao fato de Michael Keaton ter sido beneficiado pelo porte físico sem exageros, permitindo que Bruce Wayne tivesse a aparência de um homem que jamais seria confundido com um herói, tornando-se imbatível somente ao vestir a armadura que, dentre outras coisas, era à prova de balas.

 

Jack Nicholson afirmou diversas vezes que o Coringa é um de seus personagens favoritos, pois teve liberdade para criá-lo (Foto: Divulgação).

 

Outros fatores que contribuíram para a escalação de Michael Keaton foram os desempenhos em “Marcas do Passado” (Clean & Sober – 1988) e “Os Fantasmas se Divertem” (Beetlejuice – 1988), ambos elogiados pela crítica, que corroboram a versatilidade do ator que à época da assinatura do contrato com a Warner Bros. colhia os louros da insanidade do Besouro Suco, Beetlejuice, o fantasma especializado em exorcismo que o alçou à fama sob a direção de Burton. Enfrentando a desconfiança dos executivos do estúdio e dos criadores do personagem, bem como a fúria dos fãs que enviaram mais de 50 mil cartas à companhia pedindo sua substituição, Keaton explorou toda a complexidade de Bruce Wayne e Batman, construindo-os de maneiras distintas, fazendo de Wayne um empresário extremamente atormentado pelas lembranças do passado, e de Batman um vigilante com sede de justiça e vingança a serviço de Gotham.

 

Lançado no ano em que a DC celebrou o 50o aniversário do personagem, “Batman” subverteu a imagem criada pela série de TV protagonizada por Adam West, “Batman e Robin” (Batman – 1966 – 1968), calcada na comédia, ao levar às salas de exibição uma trama mais madura e sombria que tinha como fontes de inspiração o Cinema Noir e o Expressionismo Alemão. Desta forma, a carga dramática foi impulsionada pelo trauma de Bruce Wayne causado pela perda dos pais ainda na infância, que, no filme, foram assassinados por Jack Napier (Jack Nicholson) anos antes de ele assumir a identidade do Palhaço do Crime, o Coringa.

 

Kim Basinger interpretou a fotojornalista por quem Bruce Wayne (Michael Keaton) se apaixona (Foto: Divulgação).

 

Rodado no tradicional Pinewood Studios, em Londres, este longa vencedor do Oscar de melhor direção de arte mostra Bruce Wayne / Batman enfrentando o Coringa e seus capangas, que levaram o caos à Gotham. Em meio a isso, Wayne precisa lidar com os traumas que o impedem de seguir em frente com sua vida pessoal, principalmente após se apaixonar pela fotojornalista Vicki Vale (Kim Basinger).

 

Roteirizado por Sam Hamm e Warren Skaaren, “Batman” conta com diversos diálogos improvisados nos sets por Michael Keaton com o aval de Tim Burton. Mais do que isso, teve seu ato final modificado para incluir a personagem de Basinger na sequência ambientada na Catedral de Gotham, que bebe diretamente da fonte do clássico “O Corcunda de Notre Dame” (The Hunchback of Notre Dame – 1939), de William Dieterle.

 

Grande aposta da Warner após a franquia do Homem de Aço, iniciada com “Superman: O Filme” (Superman – 1978), de Richard Donner, “Batman” superou todas as expectativas, sobretudo em termos de bilheterias. Com orçamento de US$ 35 milhões, considerado altíssimo para o final dos anos 1980, o filme se tornou campeão de bilheteria no mercado americano naquele ano, de acordo com o Box Office Mojo, faturando US$ 251,2 milhões; e ficou em segundo lugar do ranking mundial com US$ 411,3 milhões, perdendo apenas para “Indiana Jones e a Última Cruzada” (Indiana Jones and the Last Crusade – 1989). Dirigida por Steven Spielberg, a aventura estrelada por Harrison Ford arrecadou US$ 474,1 milhões ao redor do globo, sendo US$ 197,2 milhões somente nos Estados Unidos, onde ocupou a vice-liderança.

 

O sucesso de “Batman” possibilitou a produção de “Batman – O Retorno” (Batman Returns – 1992), também dirigido por Tim Burton e protagonizado por Michael Keaton, que ocupou a sexta posição do ranking das maiores bilheterias mundiais em 1992 com US$ 266,8 milhões. No mercado americano, o longa ficou em terceiro lugar com US$ 162,8 milhões.

 

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