Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa’ acende o sinal de alerta

“Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa” é uma das estreias desta quinta-feira, dia 06 (Foto: Divulgação / Crédito: Warner Bros.).

Em 2016, a DC/Warner apresentou Harley Quinn / Arlequina (Margot Robbie) ao público em “Esquadrão Suicida” (Suicide Squad – 2016), de David Ayer. O resultado do longa decepcionou uma fatia considerável dos espectadores, pois a expectativa era enorme. E não há como falar de “Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa” (Birds of Prey: And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn – 2020) sem lembrar do fiasco do passado.

 

Uma das estreias desta quinta-feira, dia 06, o longa mostra Arlequina tentando seguir em frente após a separação de Coringa (Jared Leto), adaptando à sua maneira o ditado “por trás de todo grande homem há uma grande mulher”. Partindo deste princípio e ciente de que não pode mais contar com a imunidade concedida pelo antigo relacionamento com o Palhaço do Crime, Harley Quinn se torna alvo de seus inimigos, inclusive de Roman Sionis / Máscara Negra (Ewan McGregor), que precisa recuperar um valioso diamante, colocando a personagem numa trama composta, ainda, pela policial Renée Montoya (Rosie Perez), Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell), Caçadora (Mary Elizabeth Winstead) e Cassandra Cain (Ella Jay Basco).

 

Margot Robbie, Rosie Perez, Ella Jay Basco, Jurnee Smollett-Bell e Mary Elizabeth Winstead em cena (Foto: Divulgação / Crédito: Warner Bros.).

 

Dirigido por Cathy Yan, de “Dead Pigs” (Idem – 2018), “Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa” apresenta problemas similares aos de “Esquadrão Suicida”, principalmente no que tange ao roteiro que prioriza ação desenfreada em detrimento do conteúdo, tornando-se incapaz de desenvolver com o mínimo de cuidado as histórias que se propôs a contar. Isto afeta o seu resultado final porque algumas subtramas mereciam ser aprofundadas, como a de Cassandra, jovem maltratada pelo pai adotivo que sobrevive de pequenos furtos e vê Arlequina como protetora. Além disso, a montagem insere flashbacks de forma a prejudicar a fluidez narrativa, algo que pode ser observado com mais afinco em sua primeira metade.

 

Mantendo a essência do humor politicamente incorreto e exagerando na trilha sonora incessante, o longa acerta na escalação de seu elenco. Mesmo sem poder realizar milagres diante de um material fraco, os atores conseguem se adequar ao universo de Arlequina, mais uma vez defendida com firmeza por Robbie, que concede as doses certas de insanidade e comicidade sem relegar ao segundo plano o lado sensual da personagem. Dentre os demais, o maior destaque é Jurnee Smollett-Bell, que consegue assimilar com naturalidade as características de Canário Negro, apostando no seu lado humano. No entanto, Ewan McGregor destoa um pouco por apostar no tom caricatural de Roman Sionis / Máscara Negra, cujo visual no terceiro ato é uma espécie de “cruzamento” entre o Esqueleto do He-Man e o Mister M.

 

Assim como o filme de David Ayer, “Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa” é um circo megalomaníaco que decepciona após os bons resultados da DC/Warner com “Mulher-Maravilha” (Wonder Woman – 2017), “Aquaman” (Idem – 2018) e “Coringa” (Joker – 2019). E isto, inevitavelmente, acende o sinal de alerta em torno de “Esquadrão Suicida 2” (The Suicide Squad – 2021), de James Gunn, previsto para agosto de 2021.

 

*Não há cena pós-crédito, mas uma brincadeira de Harley Quinn com a plateia.

 

Assista ao trailer original legendado:

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