Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘A Luz no Fim do Mundo’: competência e sensibilidade

“A Luz no Fim do Mundo” é uma das estreias desta quinta-feira, dia 17 (Foto: Divulgação).

Exibido na Mostra Panorama da última edição do Festival de Berlim, realizada em fevereiro deste ano, “A Luz no Fim do Mundo” (Light of My Life – 2019) é uma das estreias desta quinta-feira, dia 17, nas salas de exibição brasileiras.

 

Longa é protagonizado, escrito e dirigido por Casey Affleck (Foto: Divulgação).

Protagonizado, roteirizado e dirigido por Casey Affleck, o longa mostra a luta de um pai para manter sua filha viva e protegida num cenário pós-apocalíptico em que um vírus misterioso, apelidado de “peste feminina”, dizimou a maior parte das mulheres do planeta. Com Rag (Anna Pniowsky) em perigo, o pai, que se apresenta como Caleb (curiosamente o primeiro nome de seu intérprete), foge com a filha para a floresta em busca de um local seguro para criá-la. Mas o perigo os ronda a todo instante.

 

“A Luz no Fim do Mundo” não se preocupa em explicar como o vírus surgiu e se espalhou pelo planeta nem o motivo de as mulheres sobreviventes serem perseguidas, focando prioritariamente na relação entre pai e filha, que é defendida com muita delicadeza e cumplicidade por Affleck e Pniowsky. A química dos atores torna o drama dos personagens crível e sustenta este longa que se desenvolve sem pressa e aposta mais em diálogos do que na ação, inserindo elementos de tensão com muito cuidado, assim como os flashbacks que apresentam ao espectador a mãe de Rag, interpretada por Elisabeth Moss, a June da série “The Handmaid’s Tale – O Conto da Aia” (The Handmaid’s Tale – desde 2017).

 

Com uma fotografia que trabalha luz e sombras com eficiência, assinada por Adam Arkapaw, de “Macbeth: Ambição e Guerra” (Macbeth – 2015), “A Luz no Fim do Mundo” remete imediatamente a “Um Lugar Silencioso” (A Quiet Place – 2018) no que tange à sua condução. Isto se deve ao fato de Casey Affleck optar pela exploração da rotina dos personagens, preparando o espectador para o momento no qual a ação toma conta da narrativa, assim como John Krasinski em seu filme, cuja continuação, “Um Lugar Silencioso 2” (A Quiet Place 2 – 2020), já está em fase de pós-produção – neste ponto, vale lembrar que Krasinski é o produtor executivo de “Manchester à Beira-Mar” (Manchester by the Sea – 2016), drama que rendeu a Affleck o Oscar de melhor ator.

 

Classificado como drama e ficção-científica, “A Luz no Fim do Mundo” não é uma produção que prima pela originalidade de seus elementos. No entanto, oferece ao espectador uma trama competente e sensível sobre o amor e a necessidade de um homem em manter seu bem maior, a única filha, em segurança.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

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