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‘A Garota Radiante’: sonho x realidade

Vencedor do Holden Award e do Prize of the City of Torino, ambos de melhor roteiro para Sandrine Kiberlain, “A Garota Radiante” (Une jeune fille qui va bien – 2021, França) chega ao circuito exibidor brasileiro nesta quinta-feira (30) mostrando as consequências da invasão nazista à França por meio de uma jovem judia que sonha se tornar atriz.

 

Estreia de Sandrine Kiberlain na direção de longas-metragens, “A Garota Radiante” é ambientado no início dos anos 1940, quando a presença do Terceiro Reich já era uma realidade em Paris. Neste cenário, Irène (Rebecca Marder) concilia seu trabalho no teatro com o sonho de construir carreira artística, fazendo o possível não apenas para concretizá-lo, como também para não sucumbir às imposições nazistas, mesmo quando é obrigada a utilizar a Estrela de Davi na roupa para ser identificada como judia.

 

Conduzido com sensibilidade por Kiberlain, “A Garota Radiante” apresenta as ações do Terceiro Reich com discrição, sob a ótica da família de Irène, que precisa entregar do telefone às bicicletas, por exemplo, cumprindo as regras vigentes à época como uma maneira de sobrevivência. E sobreviver naquele contexto não era uma tarefa fácil, pois o pesadelo dos parisienses estava longe do fim. O medo era constante e, no filme, condensado nos olhares dos adultos que ainda se agarravam à esperança de que nada lhes aconteceria por serem franceses.

 

Contrastando com o medo, a energia da protagonista que vive seu primeiro amor apesar das adversidades que lhe eram impostas domina a narrativa graças à atuação impecável de Marder, que passeia entre a ingenuidade, incredulidade e negação com desenvoltura. Irène, como qualquer garota de sua idade, deseja viver novas experiências, ser livre e feliz. Mas a opção de ignorar ao máximo o perigo ao seu redor cobra um preço muito alto.

 

Chamando a atenção pela recriação de época, “A Garota Radiante” é um drama com traços de coming of age movie que tem a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) como fio condutor, desenvolvendo sua trama de forma bastante cuidadosa para levar o espectador à reflexão, sobretudo em sua sequência final.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

Ana Carolina Garcia

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