Vermelho e branco carioca, a Unidos da Ilha lança seu enredo de estreia no Carnaval Virtual.

A Unidos da Ilha, escola que fará sua estreia na passarela virtual do Carnaval Virtual em 2021 levará o enredo: A dança dos 12 orixás – Meu respeito, minha fé – 12 orixás que o Brasil tem.

Confira a sinopse abaixo:

O GRESV UNIDOS DA ILHA convida a todos para entrar em nosso XIRÊ, e conhecer melhor os 12 orixás mais conhecidos no Brasil.

Vai ser uma viagem mágica, cultural e com muita FÉ. Temos certeza que vocês irão se surpreender com cada detalhe mostrado em nosso desfile. Venham e sintam nossa energia.

Orixás são divindades da cultura Ioruba representados pela natureza. Dividem-se em dois grupos, o Oboró ou orixás masculinos, e Iabás ou orixás femininos. Foram enviados por Olodumarê para a criação do mundo, para ensinar e auxiliar como viver no planeta. Orixás são uma força divina e sem explicação, uma força que vai além da ciência e razão, um termo entre o amor e FÉ. Seus poderes de controlar os efeitos da natureza são extraordinários, como: Raios, chuvas, rios, fogo, vento, árvores, minérios e o controle de ofícios das condições humanas, como: Agricultura, pesca, metalurgia, guerra, maternidade, saúde. 

Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura e com à imposição do catolicismo aos negros, cada orixá foi associado a um santo católico, para que pudesse ser mantido vivos e não perderem seus direitos aos cultos.

Com isso, traremos a dança de 12 orixás que são cultuados de norte a sul do pais, pelo candomblé e outras religiões que abrigaram tais divindades, como a umbanda e o batuque. Seriam eles: Exu, Ogum, Obaluaê, Oxóssi, Ossain, Oxumaré, Xangô, Iansâ, Oxum, Nanã, Iemanjá e Oxalá.

Os chamados aos Deuses sagrados, entoados por Ogãns ou batuqueiros (responsáveis pelo cantos e toques), ressoam em nossos ouvidos uma nota espiritual, responsável por trazer os Orixás do Orum (céu) ao Ayê (terra). Esse som do Run, Rumpi e Le (nomes dos atabaques atribuídos pelo candomblé), fazem deles, instrumentos sagrados em qualquer templo espiritual.

Pedimos licença para enobrecer as danças dos orixás, nos mais diversos e divinos espaços, pode ser em um chão de terra batida ou em um nobre salão enfeitado e perfumados para recebe-lo, em uma ordem sagrada, onde Exú, o mensageiro abre os caminhos para que tudo corra bem e dentro do esperado, Ogum, Obaluaê, Oxóssi, Ossain, Oxumaré, Xangô, Iansã, Oxum, Nanã, Iemanjá e Oxalá.

E no fantástico bailado do Xirê…

…A força do Exu que está chegando, por vezes, parece arrastar-se. Muitas vezes movimenta-se próximo ao chão, quase ajoelhado, com o tronco encurvado, os braços para trás e as mãos retorcidas, por vezes tensas…

… Vem Ogum o guerreiro, bélico e destemido por sua força, traz em uma das mãos sua espada que golpeia o ar em ritmos alternados para abrir os caminhos…

…. Com a dança da cura, Obaluaê, em seu referencial místico, cobre seu corpo com palhas em seus movimentos expressando contrações e dores…

… Já Oxóssi caçador, flutua em sua dança velozmente e variando a lentamente seu gingado…

…A natureza pura de Ossain, vem seus movimentos amplos, rápidos e harmônicos executados no ritmo dos atabaques, trazendo em suas mãos um ramo de folhas levemente sacudidos…

…E como um brilho de Arco-íris, Oxumaré com seu rastejar de uma serpente, transporta água entre o céu e a terra…

…. No fogo de Xangô, sua dança flamejante necessita de muita habilidade e precisão enquanto os atabaques comandam o ritmo…

…Iansã vigorosa, rápida e sinuosa com pés deslizantes pelo solo, executando giros com uma maestria em diversas direções. Seu irexim corta o ar invocando os ventos e tempestades…

…. Simplesmente belo, Oxum, com toda vaidade em movimento ondulatórios, ressalta seu olhar ao Abebé para apreciar os mais perfeitos traços…

…Da profundeza dos Rios, Nanã, tem nosso respeito com sua dança lenta e com muita força…

… Na suavidade de Iemanjá e com um leve abanar-se com seu Abebé, ela executa o seu famoso tremular dos ombros, o Jiká…

…O pai Maior Oxalá, contemplado por seus discípulos, dança lentamente sobre a cobertura com seu Paxorô em mãos. Como um ritual de devoção, os médiuns seguem seus passos em sua dança marcante.

Mas afinal, por que os Orixás dançam?

Através da dança o Orixá conta ao público a sua história mitológica, seus feitos, suas batalhas, redistribuindo a energia vital e trazendo o sagrado de volta ao mundo cotidiano. Nossos Deuses dançam entre nós, não se importam se somos ricos ou pobres, brancos ou negros e se gostamos de rosa ou azul, estarão sempre lá a nossa espera, emanando sua força e transmitindo axé a todos. Todos são irmãos, uma grande família, somos felizes, expressamos nossa alegria cantando e dançando para nossos Orixás que sempre estão dispostos a nos acolher, por isso nós dançamos sempre com um lindo sorriso no rosto, pois a fé quando transborda vira gotas de alegria!

Referências Bibliográficas:

Super Interessante :Por Patricia Hargreaves Atualizado em 3 abr 2018, 15h59 – Publicado em 2 abr 2018, 13h31 Leia mais em: https://super.abril.com.br/sociedade/osorixas-mais-populares-do-brasil/

Lopes, Nei (2014). «Aboró». Enciclopédia brasileira da diáspora africana. São Paulo: Selo Negro Edições

Contos Africanos: Histórias dos Povos de língua Portuguesa, Por David Santos, Zangu Cultural

Rodney (25 de agosto de 2017). «Orixá não é santo, origem». Diálogos da Fé. Carta Capital. Consultado em 29 de setembro de 2017

Webster, Merriam (1999). Religiões Africanas. [S.l.]: ISBN. p. 20

Cido de Osun Eyin (25 de agosto de 2017). Mandarim, ed. «Candomblé. A panela do segredo». Google Livros. ISBN 8535402160.