Vítima de agressão em ensaio da Vai-Vai presta depoimento e pede medida protetiva

Vítima de agressão em ensaio da Vai-Vai presta depoimento e pede medida protetiva. Foto: Reprodução

A vítima de uma agressão durante o ensaio técnico da escola de samba Vai-Vai realizado no sambódromo do Anhembi no último domingo (20), compareceu ao 28º DP, na Freguesia do Ó, em São Paulo, prestou depoimento e pediu uma medida protetiva para que Anderson Roberto não se aproxime dela.

Conhecido como Pepe, o componente da agremiação foi ouvido nesta terça-feira (22). Segundo o diretor do departamento de captura da Polícia Civil, Osvaldo Nico, Anderson será indiciado dentro do contexto da Lei Maria da Penha.

Demis Roberto, advogado de Pepe que preferiu não conceder entrevista aos jornalistas, disse mais cedo que seu cliente está arrependido. A identidade da vítima não foi revelada.

+ repercussão do caso

A entidade responsável pela organização dos desfiles dos Grupos Especial, de Acesso 1 e 2 na cidade, informa que a Vai-Vai “será responsabilizada por este acontecimento lamentável e responderá pela postura de sua diretoria e componentes”.

O comunicado, assinado pelo presidente da Liga-SP Paulo Sérgio Ferreira, destaca “que jamais foram registradas cenas como as de ontem durante os ensaios técnicos, que são realizados sempre nos meses que antecedem o Carnaval, em clima de harmonia e confraternização entre os sambistas”. Leia na íntegra:

“A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo vem a público expressar o seu absoluto repúdio às cenas de violências que foram registradas durante o ensaio técnico da Escola de Samba Vai-Vai, ocorrido na noite de sábado (19/1). Além dos lamentáveis atos de violência em que um membro da direção da escola agrediu uma mulher houve considerável prejuízo à imagem do Carnaval de São Paulo, o que é inadmissível.

A Liga informa ainda, que jamais foram registradas cenas como as de ontem durante os ensaios técnicos, que são realizados sempre nos meses que antecedem o Carnaval, em clima de harmonia e confraternização entre os sambistas.

A Liga já abriu uma sindicância para apurar os fatos, e a Escola de Samba Vai-Vai será responsabilizada por este acontecimento lamentável e responderá pela postura de sua diretoria e componentes.

Reafirmamos o nosso repúdio à violência e o nosso compromisso com a cidade de São Paulo, para juntos realizarmos o maior e melhor Carnaval do Brasil”.

O caso tomou grande proporção ganhando ampla cobertura da mídia após o vídeo com o registro da agressão ser publicado nas redes sociais.

Respondendo pela escola, o presidente Darly Silva assinou texto informando a expulsão de Anderson Roberto, conhecido como Pepe: “Nós não aceitamos o que o ocorreu com a nossa componente ontem no ensaio. Quero dizer que providências já foram tomadas em relação a ele, o agressor, que fazia parte do nosso quadro de diretores, e que já está excluído de toda as atividades da escola. Por outro lado, vou requerer, junto ao conselho deliberativo, a sua expulsão dos quadros de componentes escola, pois o que ele fez fere totalmente a nossa ética, a nossa disciplina, nossa honra e principalmente a honra e a integridade da componente que foi agredida”, escreveu Neguitão.

Quem também se manifestou foi Grazzi Brasil, intérprete oficial da Vai-Vai e única mulher a ocupar esta função dentre as 14 escolas de samba do Grupo Especial paulistano:

“À comunidade Vai-Vai e a todos os sambistas:  Sou mulher, mãe e aguerrida. Em nome de todo o público feminino, repudio e desprezo qualquer ato de violência contra nós. Estarei sempre do lado das mulheres. Juntas, somos mais fortes. Lembrando que esse tipo de coisa não pode acontecer em lugar algum. É simplesmente inadmissível um ato desses. Enfim… A escola de samba Vai-Vai já tomou as devidas providências porque também repudia tudo isso que infelizmente acontece em toda sociedade. Triste tudo isso! E ele já está excluído”, escreveu Grazzi em sua rede social.

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